Agência France-Presse
postado em 26/07/2011 07:34
Oslo - A polícia norueguesa estuda a possibilidade de acusar o autor dos sangrentos atentados no país por crimes contra a humanidade, informou nesta terça-feira (26/7) um jornal local, citando o promotor encarregado do caso. Esta acusação, que faz parte do Código Penal da Noruega desde 2008, prevê uma pena máxima de 30 anos de prisão. A audiência durou 40 minutos e foi realizada a portas fechadas por expresso pedido da polícia.De acordo com o jornal Aftenposten, o promotor Christian Hatlo afirmou que, por enquanto, a ideia trata-se apenas de uma possibilidade. "Por enquanto a polícia se referiu ao parágrafo do Código relativo ao terrorismo, mas não descarta se valer de outras disposições da lei", disse à AFP um porta-voz. No entanto, "não foi tomada ainda nenhuma decisão definitiva", acrescentou.
[SAIBAMAIS]O principal suspeito pelos crimes é Anders Behring Breivik, 32 anos, que confessou ser o autor da explosão no centro de Oslo e do massacre na ilha de Utoya, que deixaram 76 mortos no país segundo o último balanço divulgado.
Na segunda-feira ele foi preso preventivamente por oito semanas. Seu advogado afirmou que seu cliente estava totalmente "desconectado" do país em que vivia.
Durante a audiência, o suspeito afirmou que com os atentados pretendia defender a Noruega e a Europa Ocidental contra uma invasão muçulmana e o marxismo e que seu objetivo era causar o maior número possível de vítimas, contou Heger. De acordo com o promotor, o jovem disse estar disposto a passar toda a vida na cadeia. Seu pai, Jens Breivik, declarou que era melhor ele ter se suicidado do que matar tantas pessoas.
A polícia revisou na segunda-feira o número de vítimas nos ataques, reduzindo de 93 para 76. Foram 68 mortos no tiroteio contra um acampamento de verão da juventude trabalhista na ilha de Utoya e oito na explosão de uma bomba no prédio da sede do Governo, em Oslo.
O suspeito, que não teve autorização para comparecer de uniforme à audiência, aludiu à existência de "outras duas células" de sua organização, afirmou Geir Engebretsen, funcionário do Tribunal, em entrevista aos jornalistas.