Agência France-Presse
postado em 27/07/2011 07:57
Cabul - Os insurgentes talibãs reivindicaram em uma mensagem enviada à AFP o atentado suicida que matou nesta quarta-feira (27/7) o prefeito de Kandahar, maior cidade do sul do Afeganistão e histórico reduto dos rebeldes."O prefeito Ghulam Haidar Hameedi morreu em um atentado suicida realizado por um de nossos fedayines (combatente preparado para se imolar) em Kandahar", assumiram os talibãs em uma mensagem enviada pelo porta-voz Qari Yosuf Ahmadi, que qualificou o prefeito como um "objetivo militar de grande interesse".
[SAIBAMAIS]Hameedi morreu quando um kamikaze detonou os explosivos que levava em seu turbante. No momento do atentado, ele estava conversando no pátio da prefeitura com alguns moradores.
De acordo com as testemunhas, Hameedi havia ordenado a destruição de algumas casas, afirmando que elas haviam sido construídas ilegalmente em terrenos que não pertenciam aos moradores. Dois meninos morreram na terça-feira durante o início das obras de demolição, disse à AFP o pai das crianças, que também esteve no encontro.
Homem forte em Kandahar
Ghulam Haidar Hameedi é a segunda autoridade local morta em duas semanas na região. A primeira vítima foi Ahmed Wali Karzai, morto em 12 de julho, homem forte em Kandahar e irmão do presidente afegão Hamid Karzai.
Nascido em 1947, Ghulam Haidar Hameedi, viveu durante muitos anos nos Estados Unidos e voltou ao Afeganistão em 2006. O presidente Hamid Karzai, de quem era muito próximo, o nomeou então para a prefeitura de Kandahar.
Em 15 de abril, o chefe da polícia local, Jan Mohamed Mujahid, foi assassinado por um dos seus guarda-costas, que detonou bombas presas ao seu próprio corpo dentro do quartel-geral da polícia. Meses antes, em 29 de janeiro, um kamikaze em uma moto matou o governador da província, Abdul Latif Ashna.
O próprio Hameedi já havia escapado em março de 2009 da explosão de uma bomba quando passava de carro por uma rua em Kandahar. Seu vice, Noor Ahmad Nazari, foi morto a tiros em outubro de 2010, assim como Azizulah Ziarmal, seu antecessor, seis meses antes.