Agência France-Presse
postado em 27/07/2011 20:38
NOVA YORK - A mulher que acusou o ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn de estupro não busca dinheiro com sua denúncia, afirmou nesta quarta-feira (27/7) seu advogado depois que sua cliente passou oito horas com os procuradores para esclarecer uma conversa que ela teve por telefone com um preso.Nafissatou Diallo "nunca disse as palavras" atribuídas a ela por um jornal americano, segundo as quais Strauss-Kahn "tem muito dinheiro", afirmou o advogado Kenneth Thompson em referência a uma conversa por telefone entre sua cliente e um amigo preso, feita após o episódio de 14 de maio em um hotel em Nova York.
A suposta vítima do ex-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) tem direito a apresentar uma ação civil, completou por outro lado Thompson à imprensa na porta do tribunal localizado no sul de Manhattan. Diallo apresentou-se nesta quarta-feira no gabinete do procurador de Nova York, após sua surpreendente aparição pública na imprensa americana.
[SAIBAMAIS]A reunião ocorreu em meio a crescentes dúvidas sobre se o procurador Cyrus Vance seguirá adiante com o caso contra Strauss-Kahn, quase um mês depois da descoberta de contradições e mentiras no depoimento da camareira.
Depois de permanecer em silêncio e no anonimato desde meados de maio, a mulher guineana de 32 anos apareceu em público no domingo e concedeu entrevistas, inclusive na televisão, nas quais relatou com detalhes os abusos sexuais dos quais afirma ter sido vítima.
Depois de sua surpreendente aparição pública, a promotoria anunciou na terça-feira um novo adiamento da próxima audiência do caso contra Strauss-Kahn, de 1 para 23 de agosto, após um acordo com os advogados de defesa. Strauss-Kahn, que goza de liberdade sob palavra, enfrenta sete acusações, entre elas a de tentativa de estupro.