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Chefe militar dos rebeldes líbios, Abdel Fatah Yunes, é assassinado

Agência France-Presse
postado em 28/07/2011 18:36
BENGASI - O ex-dirigente do regime do coronel Muammar Kadhafi que se uniu à rebelião na Líbia, Abdel Fatah Yunes, foi assassinado nesta quinta-feira (28/7), anunciou o chefe do Comitê Nacional de Transição (CNT), Mustafa Abdel Jalil. "Com muita tristeza, lhes informo sobre o falecimento de Abdel Fatah Yunes, comandante-chefe das forças rebeldes", disse Jalil à rede de televisão Al Jazira.

Segundo o chefe do órgão político dos rebeldes, que falou ao vivo para a rede, Abdel Fatah Yunes foi assassinado por um grupo de homens armados, após ter sido convocado para un interrogatório em Bengasi, o feudo dos insurgentes no leste da Líbia. O líder rebelde disse que dois coronéis do exército insurgente foram assassinados junto de Yunes. Abdel Jalil disse que o chefe do grupo que o assassinou foi detido e anunciou três dias de combate.

Segundo o chefe da CNT, os cadáveres do general Yunes e dos dois coronéis foram levados pelos assassinos.

Segundo Abdel Jalil, uma comissão de investigação havia convocado à Bengasi o general rebelde para tratar de "assuntos militares". Antes de passar a rebelião, Abdel Fatah Yunes era considerado como o número dois do regime do coronel Kadhafi e desempenhava as funções de ministro do Interior.

O general se uniu muito rapidamente aos insurgentes, logo após o início do movimento contra Kadhafi, no dia 15 de fevereiro. Desde então teve importantes responsabilidades militares no comando dos rebeldes. Momentos depois do anúncio, dois veículos carregados com uma arma antiaérea e mais de dez homens armados a bordo chegaram ao hotel Tibesti, em Bengasi, onde Abdel Jalil comunicou a morte do general, conforme presenciou um repórter da AFP.

Uma testemunha disse que eles conseguiram entrar no hotel com suas armas, mas o pessoal da segurança os convenceu para que saíssem. Segundo a testemunha, os homens armados gritaram ;Vocês o mataram", referindo-se à CNT. Antes do incidente, os rebeldes líbios haviam proporcionado nesta quinta-feira um revés às tropas leais ao regime, apoderando-se de duas localidades ao sudoeste de Trípoli.

Depois de conquistar a cidade de Al-Ghazaya, os insurgentes prosseguiram sua marcha até o povoado de Om Al Far, dez km ao nordeste, o qual conseguiram tomar pela tarde, segundo um correspondente da AFP. Há meses toda a região montanhosa de Nefusa é palco de combates entre as forças de Kadhafi e os rebeldes, que desencadearam em julho uma ofensiva de grandes proporções com a intenção de avançar até a capital líbia, Trípoli. Entretanto, a Otan mantém uma forte pressão com dezenas de ataques aéreos diários.

Bombas
Ao menos três potentes explosões sacudiram nesta quinta-feira à noite o centro de Trípoli, constatou um jornalista da AFP. Duas explosões foram ouvidas às 22h20 hora local (17h20 de Brasília), seguidas de outra minutos depois, na região da residência do coronel Muammar Kadhafi, no centro de Trípoli.

Vários aviões sobrevoavam a capital, que durante o dia foi alvo de ataques da Otan, segundo a televisão líbia. A emissora Al-Khamahiriya indicou que várias "instalações civis" foram bombardeadas nesta quinta-feira pela Otan.

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