Agência France-Presse
postado em 02/08/2011 16:45
WASHINGTON - Os muçulmanos que vivem nos Estados Unidos sentem-se cada vez mais satisfeitos com sua vida pessoal, embora um em cada dois diz ter sofrido discriminação, segundo estudo publicado nesta terça-feira (2/8), a poucas semanas do 10; aniversário dos atentados de 11 de setembro.Entre os muçulmanos americanos ouvidos, 60% afirmam ter vida pessoal "que floresce cada vez mais" principalmente nos últimos dois anos, segundo levantamento da empresa Gallup Abu Dhabi, realizada entre 1 de janeiro de 2008 e 9 de abril de 2011 com 870.000 pessoas, entre elas 3.883 declaradas muçulmanas. Já 37% sentem que devem "lutar" e 3% se consideram "infelizes".
Mais satisfeitos que os muçulmanos estão os judeus americanos, com 61%, segundo a empresa, que também entrevistou pessoas de outros grupos religiosos nos Estados Unidos, como católicos, protestantes e mórmons. Os muçulmanos americanos, no entanto, "acreditam, mais que qualquer outro grupo religioso, que vão melhorar", segundo a Gallup, destacando que este segmento da população "tende a votar nos democratas".
No entanto, 48% dos muçulmanos americanos dizem ter sofrido discriminação racial ou religiosa mais que qualquer outro grupo; apenas 63% sentem-se "respeitados quando praticam sua religião publicamente" contra 66% dos judeus e mais de 80% dos outros grupos.
Os muçulmanos americanos são os primeiros a rejeitar o terrorismo: 89% denunciam ataques contra a população civil, mais que outros grupos. Um em cada dois acredita que deva levantar mais sua voz contra o terrorismo.
No total, 92% dizem "não ter nenhuma simpatia" pela Al-Qaeda; pensam o mesmo apenas 56% dos protestantes, 63% dos católicos, 70% dos judeus e 75% dos ateus. Os muçulmanos também são vistos como americanos "leais", sobretudo pelos judeus (80%), os ateus ou agnósticos (69%), e menos pelos cristãos (de 56 a 59%).