Agência France-Presse
postado em 03/08/2011 13:23
Santiago - Estudantes e professores do Chile confirmaram que continuarão seus protestos com uma greve nacional e duas passeatas nesta quinta-feira (4/8) em Santiago, apesar de terem recebido uma segunda proposta do governo que pretende responder às exigências de melhoras na educação pública.Os protestos foram anunciados mesmo depois que o ministro da Educação, Felipe Bulnes, entregou na segunda-feira uma proposta de 21 pontos - a segunda oferecida pelo governo - aos líderes estudantis, que deveriam respondê-la até sexta-feira. "Vamos dar um sinal de que estamos mobilizados, alertas e que a discussão não acaba com a resposta dada pelo ministro. Portanto, a marcha ocorre independente do que ele tenha respondido", disse à imprensa Camila Vallejos, dirigente dos universitários.
Dois fortes sindicatos universitários, o da Universidade Católica e o da Universidade de Santiago, já rejeitaram a proposta governamental e anunciaram sua presença na manifestação que será realizada no centro de Santiago. "A ideia desta marcha é que não apenas estudantes possam participar, e não se manifestem apenas por temas da educação, mas também pela crise no sistema completo", disse Georgio Jackson, dirigente da Universidade Católica.
Segundo os universitários, a proposta do governo responde a uma parte de suas demandas para fortalecer a educação pública no Chile, mas só acolhe parcialmente a principal exigência, que é acabar com o lucro na educação, proibido na legislação chilena, mas burlado através de brechas legais.
A marcha dos universitários foi convocada para as 18H30 (19H30 de Brasília) e será precedida por outra manifestação que ocorre na quinta-feira de manhã de estudantes de ensino médio, que tem como principal demanda estatizar a educação pública, atualmente controlada pelos municípios.
A crise educacional, que já dura dois meses, mantém dezenas de universidades paradas e centenas de colégios tomados. Os estudantes protagonizaram enormes manifestações.