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Repressão na Síria deixa quatro mortos após fim do jejum do Ramadã

Agência France-Presse
postado em 04/08/2011 07:07
Nicósia - Quatro civis morreram por disparos das forças de segurança nesta quarta-feira (4/8) em diferentes cidades sírias durante manifestações ocorridas após a oração noturna que marcou o fim do jejum do Ramadã, informou à AFP o chefe do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abdel Rahmán. Quatro mártires foram assassinados e dezenas foram feridos por balas das forças de segurança" nas manifestações celebradas em Damasco, Doa (província de Deraa, sul) e Palmira (centro). O número de mortos deve aumentar, disse o diretor do Observatório, assinalando que ocorreram manifestações em várias cidades do país, com dezenas de prisões.

Segundo Rahmán, mais de 40 mil pessoas protestaram em Homs (centro), onde as forças de segurança feriram ao menos um manifestante. O diretor do Observatório destacou que 500 famílias fugiram da cidade de Hama, 210 km ao norte de Damasco, cercada por tanques do Exército. Os refugiados seguiram para Salanihe.

O presidente da Liga Síria dos Direitos Humanos, Abdel Karim Rihaui, disse à AFP que 50 mil pessoas protestaram em Deir Ezzor (leste), cercada pelas forças de segurança, e 20 mil se reuniram em Duma, 15 km ao norte de Damasco. Opositores ao regime utilizaram o Facebook para convocar manifestações todas as noites após a oração que marca o fim do jejum diário do mês sagrado do Ramadã, para "responder" à repressão do regime sírio.

Os protestos contra Bashar al-Assad se estenderam ao Líbano, onde 300 pessoas se manifestaram nesta quarta-feira à noite no norte do país. Segundo o correspondente da AFP em Trípoli, a segunda maior cidade de Líbano, os protestos começaram nas portas de várias mesquitas após a oração noturna que põe fim ao jejum do Ramadã. "Nós muçulmanos estamos unidos" e "Se Deus quiser o regime cairá no Ramadã", foram alguns dos cânticos entoados pelos manifestantes que tomaram as ruas.

O protesto aconteceu depois de o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter condenado nesta quarta-feira a repressão às manifestações contra o regime sírio, que já provocou mais de 2.000 mortes desde o início do movimento de contestação.

O panorama político libanês está dividido entre aqueles que apoiam o regime de Assad, como o grupo xiita Hezbollah, e os pró-ocidentais, apoiados por Estados Unidos e Arábia Saudita e liderados por Saad Hariri.

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