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Noruega enterra 32 vítimas, duas semanas após massacre

Agência France-Presse
postado em 05/08/2011 14:58
Oslo - A Noruega enterrou nesta sexta-feira (5/8) 32 das 77 vítimas do massacre praticado pelo extremista Anders Behring Breivik no dia 22 de julho, na pior tragédia já vivida pelo país desde a Segunda Guerra Mundial. Como o prometido, o governo norueguês esteve representado em todas as cerimônias onde sua presença foi desejada pelas famílias das vítimas.

O primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, assistiu ao enterro de Monica Elisabeth Boesei, uma mulher de 45 anos conhecida como a "mãe de Utoeya" por ser a pessoa encarregada de organizar há 20 anos o acampamento de verão da juventude trabalhista na ilha de Utoeya, onde Breivik apareceu armado e matou 69 pessoas, em sua maioria menores de idade. "Monica morreu. As rosas choram", disse o primeiro-ministro, antes de inclinar sobre o caixão branco e florido de Boesei.

Em todo o país, familiares, autoridades e anônimos também deram adeus às vítimas, entre elas Sharidyn Svebakk-Bohn, chamada de Sissi, assassinada poucos dias depois de completar 14 anos, ou Johannes Buoe, um jovem da mesma idade.

Apresentando-se como um "cruzado" em guerra contra a "invasão muçulmana" e o multiculturalismo na Europa, Anders Behring Breivik, de 32 anos, permanece em prisão provisória em uma cadeia de segurança máxima. A polícia norueguesa voltou a interrogá-lo na quarta-feira, pela terceira vez desde sua detenção. Durante o interrogatório, Breivik explicou suas viagens ao exterior onde, segundo seu advogado, buscou grande parte do equipamento utilizado para realizar o massacre. Pouco antes da matança em Utoeya, Breivik colocou uma bomba no centro de Oslo que causou a morte de outras oito pessoas.

O advogado do detido deu a entender que outras pessoas teriam ajudado Breivik a obter o material, embora os investigadores considerem que, "com toda a certeza", o agressor agiu sozinho, como ele mesmo afirmou. Saindo do anonimato pela primeira vez em um jornal nesta sexta-feira, o autor preferido de Breivik, o blogueiro Fjordman (o homem dos fiordes) se distanciou de seu discípulo, explicando que, após trocar alguns e-mails em 2009 e 2010, rejeitou o pedido de Breivik de se encontrarem.

"Desconheço por que me pediu, mas neguei. Não apenas porque falava de violência, mas também porque tinha a impressão de que era chato como um vendedor de aspirador de pó", explicou o blogueiro, cujo verdadeiro nome é Peder Jense, ao tabloide Verdens Gang (VG).

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