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Dois canadenses suspeitos de terrorismo queriam atacar a França

Agência France-Presse
postado em 05/08/2011 16:34
MONTREAL - Dois canadenses suspeitos de atividades terroristas cogitaram no ano 2000 atacar um avião que se dirigia à França, segundo a transcrição de uma conversa feita pelos serviços de inteligência canadenses e divulgada nesta sexta-feira pelo jornal La Presse.

Os canadenses de origem marroquina Adil Charkaui, e sudanesa, Abusfian Abdelrazik, que pedem indenizações ao governo canadense por ter suspeitado que seriam terroristas, planejaram explodir um avião, provavelmente um voo da Air France entre Montreal e Paris, segundo este documento.

"Se partimos daqui para ir, por exemplo, à França. A viagem seria longa. Poderíamos nos registrar todos no mesmo dia e cada um embarcaria separadamente. Haveria dois na frente, dois em (inaudível, segundo a transcrição) e dois atrás. Seis no total", disse Charkaui a Abdelrazik, segundo a transcrição classificada como "secreta" e obtida pelo jornal.

Charkaui era suspeito de ser um agente inativo da Al-Qaeda. Detido em maio de 2003, passou 21 meses na prisão em virtude de um "certificado de segurança", um polêmico dispositivo legal que permite deter sem julgamento e expulsar um estrangeiro que supostamente represente um risco para a segurança do Canadá.

Charkaui, que jamais foi acusado formalmente, exige uma indenização de 25 milhões de dólares.

Abusfian Abdelrazik, por sua vez, é suspeito de ter recebido treinamento em um campo da Al-Qaeda nos anos 1990. Passou mais de um ano na prisão no Sudão e depois ficou bloqueado no país, porque seu nome foi incluído em uma lista da ONU de supostos terroristas.

O Canadá foi obrigado finalmente a repatriá-lo após uma decisão da justiça. Abdelrazik, de 49 anos, que realiza uma campanha para que seu nome seja retirado da lista da ONU, exige 27 milhões de dólares em indenizações ao governo canadense.

A divulgação deste documento secreto aos meios de comunicação "parece ser uma tentativa de sabotar os esforços de Abdelrazik para recuperar sua reputação diante das Nações Unidas", declarou à AFP seu advogado, Jalid Elgazzar.

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