Agência France-Presse
postado em 08/08/2011 12:24
Kiev - A opositora e a ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Timoshenko, em prisão preventiva desde sexta-feira (6/8), compareceu nesta segunda-feira em uma nova audiência do julgamento por abuso de poder e acusou o juiz de fazer parte de uma máfia."Não me levantarei ante o senhor porque isso significaria me pôr de joelhos ante a máfia. O senhor não me destrói, o senhor não destrói a democracia ucraniana", declarou Timoshenko ao presidente do tribunal, Rodio Kireev, que a repreendeu pelas declarações e negou o pedido de liberdade.
A prisão de Timoshenko provocou uma grande indignação internacional, como a dos Estados Unidos, que denunciaram seu julgamento como "perseguição com motivações políticas".
Um tribunal de Kiev proibiu na véspera que os partidários da ex-premier organizassem uma manifestação perto da corte onde está sendo julgada.
A decisão judicial proíbe qualquer manifestação entre 7 e 31 de agosto na principal avenida de Kiev, onde fica o tribunal, e diante do centro de prisão provisória no qual Timoshenko está detida.
As manifestações também estão proibidas na Praça da Independência e em Maidan, focos da "Revolução Laranja" de 2004, da qual Timoshenko foi uma das líderes e que levou ao poder um governo pró-ocidente.
Partidários de Timoshenko protestaram no sábado no centro de Kiev contra a detenção da opositora na sexta-feira.
Timoshenko é acusada de abuso de poder quando era chefe de Governo em 2009 por ter autorizado, sem a aprovação governamental, a assinatura de contratos sobre a importação de gás russo a um preço muito elevado e, portanto, desfavorável para a Ucrânia.
Atualmente na oposição, Timoshenko comandou o governo em duas ocasiões, em 2005 e de dezembro de 2007 a março de 2010. Perdeu o posto após a vitória de Viktor Yanukovich, considerado pró-russo, nas eleições presidenciais.