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Primeiro-ministro inglês promete restaurar a ordem em Londres

Agência France-Presse
postado em 09/08/2011 12:47
Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, prometeu nesta terça-feira (9/8) restaurar a ordem e decidiu reforçar o efetivo policial em Londres, que passou de seis para 16 mil agentes, após três noites de violência e saques em várias cidades que já deixaram uma pessoa morta.

Um homem de 26 anos, baleado durante os incidentes registrados em Londres na noite de segunda, morreu devido à gravidade das lesões, informou a polícia nesta terça-feira.

Após uma reunião de urgência em Downing Street, Cameron também anunciou uma sessão extraordinária no Parlamento na próxima quinta-feira.

"O presidente da Câmara dos Comuns está de acordo com que o Parlamento organize uma sessão para que possamos conversar a respeito da situação. Condenamos esta onda de crimes e estamos determinados a reconstruir essas comunidades", afirmou o primeiro-ministro britânico.

Cameron, que voltou na véspera a Londres após interromper suas férias na Itália, condenou as "terríveis cenas que a população viu nas ruas e na televisão, como saques, atos de vandalismo e roubos".

"Não há dúvidas de que faremos tudo que for necessário para restaurar a ordem nas ruas", garantiu Cameron, em um breve discurso aos jornalistas.

"Se eles são suficientemente adultos para cometerem esses crimes, também são para enfrentar o castigo", advertiu Cameron, se referindo aos autores dos atos de vandalismo. "Eles sentirão todo o peso da lei", acrescentou.

Cameron também informou que o governo reforçará na noite desta terça-feira o efetivo da polícia londrina, que passará de seis para 16 mil agentes.

Os distúrbios, que assolam a capital desde o último sábado, se estenderam a outros bairros de Londres e cidades como Bristol (sudoeste), Liverpool (noroeste) e Birmingham (centro).

Mais de 450 pessoas foram detidas em Londres desde o início dos incidentes, entre elas três homens por tentativa de homicídio, após ferirem dois policiais que passavam em um veículo.

As forças de segurança, que tiveram a atuação criticada, se mostram impotentes ante aos violentos atos, os piores vividos pela capital nos últimos 20 anos.

"Não temos mais equipes para mandar ao local dos confrontos, apesar das férias dos agentes terem sido suspensas", reconheceu Paul Deller, um agente de Londres.

Na tarde de segunda-feira, policiais foram encurralados por grupos de jovens em Hackney, a poucos metros do estádio olímpico.

Mais tarde foram registrados ataques, saques e incêndios de carros e edifícios, sobretudo nos bairros de Notting Hill, Clapham e Peckham, assim como em Croydon e na periferia de Ealing.

Como prova da tensão que vive o país, a Federação de Futebol Inglesa (FA) decidiu cancelar o jogo amistoso entre Inglaterra e Holanda que seria disputado na quarta-feira no estádio de Wembley. O motivo alegado foi falta de efetivo policial disponível para garantir a segurança da partida.

Por outro lado, a Associação Olímpica Britânica (BOA) assegurou que os incidentes não irão afetar a imagem dos Jogos Olímpicos, que serão realizados em Londres no próximo ano. "Não é o tipo de publicidade que queríamos a um ano da competição. A segurança é prioridade das autoridades e confiamos no plano que foi preparado", afirmou a entidade.

Os distúrbios tiveram início na noite de sábado em Tottenham, um bairro desfavorecido e multiétnico do norte de Londres, após uma manifestação que pedia por justiça na investigação da morte de Mark Duggan, um rapaz de 29 anos morto em um tiroteio com a polícia.

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