Agência France-Presse
postado em 11/08/2011 17:45
Santiago - O presidente chileno Sebastián Piñera afirmou nesta quinta-feira (11/8) que "nada é de graça nesta vida", apesar de muitos quererem que educação, saúde e outros serviços sejam assim, em resposta às demandas dos estudantes que exigem um sistema de educação pública gratuito para todos."Todos gostaríamos que a educação, a saúde e muitas coisas mais fossem grátis para todos, mas eu quero lembrar que no fim das contas nada é de graça nesta vida. Alguém tem que pagar", disse Piñera nesta quinta-feira no palácio presidencial de La Moneda.
O presidente explicou: "se dermos educação gratuita aos 10% mais favorecidos de nossa sociedade, o que estaríamos fazendo é que o conjunto da sociedade, incluindo os mais pobres com seus impostos, estaria financiando a educação dos mais ricos".
[SAIBAMAIS]
A gratuidade do sistema público de educação para todos é a principal exigência dos estudantes que por mais de dois meses mantêm protestos no Chile, os quais fizeram a popularidade do presidente cair a um piso de 26%.
O último protesto foi realizado na terça-feira, quando dezenas de milhares de pessoas se reuniram em Santiago, em um protesto que tem ampla simpatia nos setores médios da população.
Os estudantes exigiram nesta quinta-feira que a polícia não usasse bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, enquanto Piñera aprovou a criação de uma agência com o objetivo de resguardar a qualidade da educação, através de padrões mínimos.
O presidente disse também que seu governo propôs aos estudantes bolsas de estudo superior a 40% dos estudantes "mais vulneráveis".
O Chile tem 1 milhão de estudantes de educação superior e 3,5 milhões de estudantes de ensino fundamental e médio. A maior parte do sistema está hoje nas mãos do Estado, após as reformas liberais impostas pela ditadura de Augusto Pinochet.