Nova Déli - A polícia da Índia prendeu mais de mil manifestantes anticorrupção que expressavam apoio a um ativista radical, que pretendia iniciar uma greve de fome para exigir mais rigidez de um projeto de lei examinado pelo Parlamento, anunciou o ministro do Interior. Entre 1.200 e 1.300 pessoas foram detidas porque os manifestantes não respeitaram as ordens da polícia, que limitara a 5.000 a capacidade do parque onde aconteceria o protesto, segundo declaração do ministro P. Chidambaram.
O ativista, Anna Hazare, de 74 anos, foi colocado em prisão provisória quando tentava iniciar uma greve de fome "até a morte", iniciativa que foi proibida na segunda-feira pela polícia. Hazare foi detido em sua casa em Nova Délhi horas antes de iniciar um "jejum até a morte" - inspirado nas greves de fome que Mahatma Gandhi fazia como medida de pressã política.
Milhares de pessoas manifestaram apoio a Hazare. O grande interesse popular e da imprensa pela iniciativa do ativista surpreendeu o governo, que sempre tenta impedir tais ações. A polícia proibiu Hazare de iniciar a greve de fome sob a alegação de que o parque estaria disponível por apenas três dias, mas ele desafiou a restrição. "Colocamos Hazare em prisão preventiva até a noite e depois decidiremos o que faremos com ele", declarou à AFP o porta-voz da polícia, Rajan Bhagat. De acordo com os seguidores do ativista, Hazare iniciou a greve de fome na prisão, mas a polícia não confirmou a informação.
Em abril, Hazare chamou a atenção nacional com uma greve de fome de 98 horas, com a qual conseguiu que o Parlamento indiano aceitasse a participação de membros da sociedade civil na elaboração de um projeto de lei que endurecia a legislação anticorrupção. Mas decidiu retomar o jejum ao considerar o novo texto pouco rígido.
O projeto de lei estipula que os cidadãos indianos poderão denunciar a um mediador casos de corrupção que envolvam funcionários ou ministros do governo central, que estão protegidos pela atual legislação.