Agência France-Presse
postado em 16/08/2011 19:50
CARACAS - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, e seu colega iraniano, Mahmud Ahmadinejad, conversaram por telefone sobre os conflitos na Líbia e na Síria, concordando em aprofundar os "esforços para alcançar a paz" nestes países, informou esta terça-feira (16/8) a chancelaria sul-americana, em um comunicado. "Os presidentes Chávez e Ahmadinejad comentaram a situação gerada pelas agressões imperiais a Líbia e Síria, e acertaram dar prosseguimento constante a este tema, aprofundando seus esforços para alcançar a paz", segundo o documento do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.Os rebeldes líbios consideraram esta terça-feira que "estão em uma fase decisiva", após os sucessos militares conquistados contra as tropas de Muamar Kadhafi em várias cidades chave, obtidos às custas de grandes perdas.
Os rebeldes controlam um trecho da estrada costeira e podem cortar a linha de abastecimento entre a Tunísia e Trípoli, essencial para o regime, que enfrenta há seis meses uma rebelião que se transformou em conflito armadao, após a intervenção da Otan. Em Trípoli, o porta-voz do regime, Musa Ibrahim, mostrou-se otimista, no entanto, assegurando que o exército tem o "controle total" de Zauiya e de Sorman, próximas de Trípoli.
Na Tunísia, as negociações iniciadas no domingo entre representantes dos rebeldes e do regime líbio continuavam na terça-feira na ilha de Djerba, na presença de emissários venezuelanos, segundo um jornalista da rádio tunisiana Mosaique FM no local, citando uma fonte próxima das negociações.
A Venezuela, que desconhece o Conselho Nacional de Transição, órgão da rebelião na Líbia, não confirmou nem desmentiu sua participação nestas conversações. Chávez respondeu recentemente uma carta de Kadhafi, a quem considera um "irmão", com outra, na qual reiterou seu apoio "fraterno", rejeitando as agressões do "império" contra "aqueles que lhe são incômodos", exigindo a busca de uma solução pacífica para este conflito.
O presidente venezuelano tem demonstrado total apoio ao presidente da Síria, seu "irmão" Bashar Al Assad, acusado por vários países de uma violenta repressão contra a oposição, que deixou 1.800 civis mortos desde meados de março.