postado em 17/08/2011 18:27
Uma delegação de deputados federais e de ativistas sociais brasileiros, que deixou o país no último domingo (14) para testemunhar os bombardeios feitos pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Líbia, Norte da África, continua retida na Tunísia, informou hoje (17) o escritor Mário Augusto Jakobskind, que faz parte da missão brasileira.Com ele, estão os deputados Brizola Neto (PDT-RJ) e Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), além do advogado Felipe Boni de Castro e a militante feminista Alzimara Bacellar. Eles viajaram a convite do governo líbio, que pretende envolver o Brasil na pressão sobre o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para pôr fim aos ataques da Otan às milícias do presidente Muammar Khadafi.
A programação de uma semana, que inclui visitas da delegação brasileira a hospitais de Trípoli, capital líbia, e encontros com autoridades e a população civil, corre o risco de não se efetivar, uma vez que os ataques aéreos das tropas da Otan interromperam a ligação rodoviária entre Líbia e Tunísia. Enquanto não chega ao destino, a delegação brasileira emitiu ;nota de repúdio; aos bombardeios da Otan.
Segundo a nota, transmitida por Jakobskind, a ação da Otan impede a entrada de ajuda humanitária na Líbia, além do direito de ir e vir dos cidadãos. Mesmo retidos em Túnis, capital da Tunísia, à espera de condições de segurança para entrar no país vizinho, eles mencionam que ;a ação da Otan extrapola os princípios que afirmavam contextualizar sua atuação em território líbio;.
Isso porque, de acordo com a delegação brasileira, a Otan tem realizado ataques mesmo em regiões ocupadas por populações civis, sem forças militares governamentais. Por isso, entendem que ;a única forma de acabar com a crise enfrentada pela Líbia é a realização de um plebiscito;, sob supervisão da ONU, para que os próprios líbios decidam que regime preferem.