Mundo

Em três dias de violência, Karachi registra mortes de 52 pessoas

Agência France-Presse
postado em 19/08/2011 10:35
Karachi - Pelo menos 52 pessoas foram mortas nos últimos três dias em Karachi, cidade do sul do Paquistão assolada por rivalidades entre políticos e mafiosos, indicou nesta sexta-feira (19/8) a polícia. A capital econômica do país continua sendo afetada por dezenas de assassinatos diários, apesar da forte mobilização de policiais e paramilitares em julho, prova da impotência das autoridades frente a episódios de violência que alcançaram um nível inédito em anos.

"Pelo menos 31 pessoas foram mortas na quinta-feira, e quatro outras esta manhã", declarou à AFP o chefe da polícia da cidade, Saud Mirza, acrescentando: "Com os 17 mortos de quarta-feira, o total em três dias é de 52".

Uma autoridade dos serviços de segurança confirmou esse registro sob cobertura do anonimato, acusando gangues criminosas pelos assassinatos. Segundo uma outra autoridade dos serviços, a maior parte dos corpos das pessoas sequestradas e mortas na quinta-feira foi colocada em sacos antes de serem deixados em vários bairros da cidade. "Pelo menos 20 mortos de quinta-feira tinham sido sequestrados e torturados por mafiosos armados", segundo ele.

Os corpos crivados de balas de quatro jovens que trabalhavam para uma empresa de telefonia móvel foram encontrados em uma caminhonete em Shershah, bairro pobre da cidade, acrescentou. Cartas com a frase "Vocês querem mais cadáveres?" foram encontradas nos bolsos de várias vítimas, indicou.

Os confrontos ocorrem principalmente entre partidários do Movimento Muttahida Qaumi (MQM), formado pela maioria urdu, e do Partido Nacional Awami (ANP), que representa os migrantes da etnia pashtum. Além dos militantes dos partidos, as vítimas são com frequência inocentes atingidas no fogo cruzado ou sequestradas por seu suposto pertencimento a um partido ou a uma comunidade. As áreas mais afetadas pela violência são bairros pobres cujas populações registraram um grande salto com a chegada de migrantes das zonas rurais vindos em particular de regiões do noroeste, bastião dos talibãs e dos combatentes da Al-Qaeda.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação