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Após ataques em Eilat nesta quinta, violência em Gaza, Israel e Egito

Agência France-Presse
postado em 19/08/2011 16:31
RAFAH - Os ataques da quinta-feira que resultaram na morte de oito pessoas no sul de Israel, atribuídas pelo Estado hebreu a um grupo radical palestino de Gaza, provocou uma série de episódios de violência, inclusive no Egito. "Se o Hamas (no poder em Gaza) quer uma escalada, vão pagar um preço alto", advertiu nesta sexta-feira o porta-voz do Exército israelense, general Yoav Mordehai.

O general Mordehai não descartou realizar uma operação terrestre contra o movimento islâmico palestino que controla a Faixa de Gaza, acusado por Israel de ser responsável, pelo menos indiretamente, pelos ataques de quinta-feira.

A polícia israelense está em estado de alerta em todo o país. Nas últimas horas, combatentes da Faixa de Gaza dispararam uma dúzia de foguetes contra o sul de Israel, afirmaram fontes palestinas e israelenses.

Os Disparos foram seguidos de ataques aéreos israelenses no território palestino. Segundo fontes médicas, dois palestinos morreram em ataques aéreos israelenses. A primeira vítima foi Mohamed Enaya, de 22 anos, atingido no bairro de Zeitun, no sul da cidade de Gaza, informaram fontes médicas palestinas.

A outra morte também foi registrada em Gaza, quando um membro não identificado dos Comitês de Resistência Popular (CRP), grupo radical da região, morreu em outro ataque aéreo no norte do território palestino, de acordo com fontes médicas palestinas e com o próprio grupo ao qual pertencia.

Na quinta-feira, sete palestinos foram mortos durante os ataques aéreos de Israel à Faixa de Gaza realizados após o ataque triplo no balneário de Eilat, no sul de Israel. Quatro diretores dos CRP, segundo o Shin Beth (serviço de segurança interna de Israel), estavam "envolvidos nos ataques" de ontem e foram mortos, entre eles o chefe da organização radical em Gaza, Kamal al-Nayrab.

Os CRP que reúnem combatentes de todos os movimentos palestinos, nacionalistas e islamitas, negaram serem responsáveis pelos ataques anti-israelenses. "Nós saudamos (esta operação) e estamos orgulhosos, mas não a reivindicamos", declarou nesta sexta-feira um porta-voz dos CRP à AFP.

Sete combatentes foram mortos durante uma série de ataques cuidadosamente coordenados na área de Eilat, no litoral do Mar Vermelho, próximo à fronteira egípcia, segundo o general Tal Rousso, comandante da região sul. Um deles morreu "acionando seu cinto de explosivos". No Egito, seis policiais foram mortos entre ontem e hoje em circunstâncias ainda não esclarecidas, na fronteira com Israel.

O jornal Al-Ahram publicou nesta sexta-feira a declaração de uma autoridade de alto escalão egípcia, dizendo que os policiais foram mortos por homens armados que tentavam entrar no Egito a partir de Israel.

Na quinta-feira, um oficial militar contou à agência de notícias Mena que eles foram mortos por um foguete lançado por um helicóptero de combate israelense que tinha como alvos militantes em fuga.

A imprensa israelense apresentava nesta sexta-feira manchetes sobre "ataques terroristas no sul" que custaram a vida de seis civis, entre eles duas irmãs mortas com seus maridos, mesmo com o alerta sobre uma operação iminente de grupos palestinos.

Os jornais estão preocupados com o risco de uma deterioração da segurança entre Israel e Egito. "A paz com o Egito constitui um pilar da segurança de Israel faz três décadas e foi severamente abalada", afirmou o jornal Haaretz. O jornal de grande tiragem Yediot Ahanot afirma que Israel "não deve se contentar em completar a construção de um muro de segurança cercando as fronteiras do país, mas deve empregar a força" para prevenir novos incidentes.

O governante egípcio da província do Norte - Sinai, Abdel Wahab Mabruk, assegurou que os autores dos ataques em Israel não chegaram ao Egito, referindo-se a estritas medidas de segurança na região. O Exército e a polícia egípcia fazem uma campanha durante muitos dias contra membros de um grupo armado acusado de ter explodido um gasoduto que fornece gás à Israel e de ter atacado um posto de polícia.

A Casa Branca, a ONU e a União Europeia condenaram os ataques em Israel. A Secretária de Estado Hillary Clinton pediu que o Egito garanta a segurança no deserto do Sinai, para onde o chefe do Estado-Maior do Exército egípcio, Sami Anan, deve ir para liderar uma investigação sobre as mortes dos policiais egípcios.

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