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Apelo do Ocidente para que deixe o poder são inúteis, diz Assad na TV

postado em 21/08/2011 17:59
Damasco - O presidente sírio Bachar al-Assad afirmou neste domingo que os pedidos ocidentais para que deixe o poder são sem valor, em declarações à televisão estatal.

"Nós dizemos a eles que suas palavras são sem valor", declarou Assad.

"Essas declarações não deveriam ser feitas sem um presidente que foi escolhido pelo povo sírio e que não foi colocado no gabinete pelo Ocidente, um presidente que não foi feito nos Estados Unidos".

"Estas palavras são ditas a um povo submisso, que aceita receber ordens do exterior", acrescentou.

Na quinta-feira, presidente Barack Obama e seus aliados ocidentais exigiram a saída do presidente sírio, e defenderam a adoção de fortes sanções contra Damasco, incluindo um congelamento de bens e a proibição de investimentos dos EUA na Síria.

Grã-Bretanha, França, Alemanha e Portugal confirmaram que buscariam uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra a Síria, por sua letal repressão aos protestos.

Assad anunciou eleições locais em dezembro e legislativas dentro de quatro a oito meses depois da publicação, talvez na próxima quinta, dos decretos de aplicação da lei eleitoral. "Não mais tarde que fevereiro, para permitir que os partidos sejam constituídos e tenham tempo para fazer campanha", explicou.

O presidente sírio reconheceu que a crise tem um impacto na situação econômica do país. "É preciso manter o moral", pediu.

Indagado sobre a segurança, o chefe de Estado declarou que começou a "registrar êxitos e podemos dizer que situação é atualmente mais tranquilizadora". "O complô (desativado) pretendia fazer a Síria cair num período de semanas".

Para Assad, qualquer solução deverá ser "necessariamente política, mas uma solução política não poderá acontecer se não for preservada a segurança".

Quanto ao respeito dos direitos humanos na Síria, o presidente assegurou que existe uma "comissão de investigação independente" no país.

"Um número limitado de pessoas já foi julgada com base em provas irrefutáveis. O princípio é que, qualquer um, seja militar ou civil, que tiver cometido um crime contra um cidadão será julgado com base nessas provas. Não absorveremos um culpado e não condenaremos um inocente", enfatizou.

Mais de 2.000 pessoas morreram em consequência da repressão das manifestações contra o regime iniciadas em 15 de março, segundo a secretário-geral adjunta da ONU, Lynn Pascone.

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