Agência France-Presse
postado em 24/08/2011 10:01
O herdeiro do ex-reino da Líbia, Mohammed al Senusi, no exílio há 23 anos, declarou-se nesta quarta-feira (24/8) disposto a servir seu país, se o povo assim o desejar, de acordo com uma entrevista que será publicada na quinta-feira pelo semanário alemão Die Zeit."Deve ser o povo a decidir", explicou al Senusi, de 49 anos, que pediu um "Estado democrático" na entrevista, segundo um comunicado prévio à publicação. "Ver a bandeira da liberdade ondular em Trípoli me deixa incrivelmente feliz e orgulhoso do meu povo", acrescentou.
Al Senusi também admite ter negociado nos últimos dias com personalidades "oficiais" na França e conversado com os embaixadores da França e Reino Unido em Trípoli, segundo o Die Zeit.
Para o herdeiro, a Líbia não corre o risco de se tornar um país ingovernável. "Não! A Líbia não é o Afeganistão, Iraque ou Iêmen. O sistema de clãs é totalmente diferente. Os clãs não querem o poder, querem uma vida razoável. Os líbios não são muçulmanos fanáticos".
O atual herdeiro é neto do rei Idris I, destituído em 1969 por Muamar Kadhafi, e filho de Hasán al-Senusi, designado em 1956 pelo então monarca como príncipe herdeiro e falecido em 1992.
Com o aval de Kadhafi, a família real líbia se exilou em 1986 e viveu nos Estados Unidos, Reino Unido e França.