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Presidente mexicano diz que ataque a cassino foi ato terrorista

Agência France-Presse
postado em 26/08/2011 14:56

Cidade do México - O presidente mexicano Felipe Calderón classificou nesta sexta-feira (26/8) de terroristas os autores do ataque a um cassino de Monterrey, que, na véspera, matou 52 pessoas, e destacou a responsabilidade dos Estados Unidos no fortalecimento do crime organizado no México.

"É evidente que não enfrentamos delinquentes comuns e sim verdadeiros terroristas, que superaram todos os limites", assegurou o presidente em uma declaração à imprensa.

Calderón expressou suas condolências e decretou três dias de luto nacional diante do que considerou o "mais grave atentado contra a população civil inocente visto no país há muito tempo". O presidente mexicano também convocou para esta sexta-feira uma reunião extraordinária de seu gabinete de segurança nacional para analisar a resposta contra os autores do ataque.

O presidente americano Barack Obama também condenou o que chamou de brutal ataque. "Em nome dos americanos, nossos pensamentos e orações estão com as vítimas e seus familiares neste momento difícil", assinalou Obama em um comunicado.

A procuradoria mexicana, por sua vez, ofereceu uma recompensa de 2,4 milhões de dólares por informações que levem aos autores do crime.

As tarefas de resgate prosseguiram nesta sexta no cassino Royale, que foi incendiado por desconhecidos e onde os peritos forenses realizam as primeiras investigações. O ataque ao cassino de Monterrey foi classificado pelo governo mechicano como "ato de terror inadmissível".

[SAIBAMAIS]"Até o momento contabilizamos 52 pessoas falecidas. É possível que haja mais vítimas", afirmou Rodrigo Medina, governador de Nuevo León, que tem Monterrey como capital.

Um mulher que sobreviveu ao ataque e que deu seu testemunho à TV Milenio revelou que um grupo entrou no cassino Royal Sanjerónimo, jogou gasolina e ateou fogo ao local.

Segundo Medina, as primeiras investigações revelam que o atentado foi realizado por seis homens que chegaram ao cassino em dois automóveis.

Imagens transmitidas pela TV mostraram grandes nuvens de fumaça saindo do cassino pelos buracos que foram abertos pelos bombeiros nas paredes. Os bombeiros levaram mais de quatro horas para apagar o incêndio.

Boletins de jornais locais dizem que vários cassinos de Monterrey, no Estado de Nuevo León, têm sido atacados - o último em maio passado - porque seus donos têm se negado a pagar pelas extorsões, que são outra fonte de renda dos traficantes.

O estado de Nuevo León é um dos cenários mais afetados pelas disputas entre traficantes, que, junto com operações das forças de segurança, deixaram mais de 41.000 mortos desde dezembro de 2006, quando o governo colocou o exército para combater o tráfico.

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