Agência France-Presse
postado em 28/08/2011 19:29
NOVA YORK - O furacão Irene foi rebaixado para a categoria de tempestade tropical neste domingo, com ventos de 104 km/h em Nova York, depois de provocar 14 mortes na costa leste dos Estados Unidos.O Centro Nacional de Furacões (NHC), com sede em Miami, rebaixou o Irene da furacão de categoria 1 para tempestade tropical durante a manhã. "Irene se debilitou a tempestade tropical e a intensidade estimada em terra é de 104 km/h", afirma a nota do NHC.
Mais tarde, os serviços de emergências de Nova York consideraram que a cidade já superou a tempestade tropical, apesar de alguns danos e inundações.
"Atualmente é possível ver algo do céu", afirmou Joseph Bruno, comissário dos serviços de emergência da cidade, ao canal CNN. "Há áreas da cidade que estão inundadas, mas em geral considero que superamos", destacou.
Bruno lembrou, no entanto, que a cidade tem muitos danos, como milhares de árvores derrubadas, as áreas inundadas e o lixo. O fenômeno provocou 14 mortes em cinco estados americanos, segundo os serviços de emergência.
Seis pessoas morreram na Carolina do Norte, três na Virginia, duas em Nova Jersey e uma em Connecticut, Flórida e Maryland. As vítimas faleceram em acidentes de trânsito, por ataque cardíaco ou em quedas de árvores, incluindo um menino de 11 anos atingido por uma árvore dentro de casa na Carolina do Norte.
O presidente americano, Barack Obama, disse neste domingo que a emergência pela tempestade tropical Irene não acabou, e que os esforços de recuperação poderão levar vários dias ou semanas na costa leste.
O presidente, que tentou mostrar ao povo americano que estava a cargo das tarefas de emergência em meio às lembranças da má resposta do governo ao furacão Katrina de 2005, lembrou também as 14 pessoas mortas durante a tempestade.
"Quero que as pessoas entendam que não acabou. A resposta e os esforços de recuperação serão uma operação contínua", afirmou Obama em uma curta declaração no jardim da Casa Branca.
Em Nova York, os efeitos do Irene começaram a ser sentidos na noite de sábado, com fortes chuvas, relâmpagos e ventos fortes.
No entanto, após uma inédita ordem de evacuação obrigatória para 370.000 pessoas, a Big Apple escapou quase ilesa do temido furacão rebaixado a tempestade tropical, o primeiro a ameaçar a cidade desde Gloria em 1985.
Coney Island no Brooklyn e Long Island foram as zonas mais afetadas pelo fenômeno.
Nova York virou uma "cidade fantasma" desde o meio-dia de sábado, com transportes públicos suspensos, aeropuertos e lojas fechadas.
Após Nova York, Irene se desloca para o norte a uma velocidade de 40 km/h. Já passou por Cape Cod (Massachussetts) e pode atingir Boston, de acordo com o NHC.
Os danos provocados pela passagem do furacão Irene podem alcançar bilhões de dólares, afirmou o governador do estado Nova Jersey, Chris Christie.
Christie fez a estimativa em uma entrevista ao canal NBC.
"Devo imaginar que a estimativa dos danos ficará em bilhões de dólares, ou em dezenas de bilhões", disse Christie.
Os analistas estimavam prejuízos ainda maiores se Nova York, capital econômica do país e sua cidade mais populosa, com 19 milhões de personas, registrasse danos graves em sua infraestrutura.
Irene tocou o solo pela segunda vez nos Estados Unidos neste domingo, desta vez em Nova Jersey, como um furacão de categoria um, com ventos de 120 km/h.
A tempestade atingiu o solo americano pela primeira vez na manhã de sábado em Cape Lookout, Carolina do Norte, depois voltou para o oceano seguiu para as costas de Virginia e Maryland, antes de retornar à terra perto de Atlantic City, Nova Jersey.
Quase 900.000 personas ficaram sem energia elétrica nas zonas costeiras e 12.000 linhas de telefones foram cortadas na Carolina do Norte e Virginia.
Em Nova Jersey um milhão de pessoas abandonaram suas residências.
O fenômeno afetou uma região com quase 65 milhões de habitantes.
O presidente Barack Obama recebia informações de hora em hora. No sábado ele se reuniu com o vice-presidente Joe Biden e a secretária de Segurança Janet Napolitano, assim como as agências do governo que monitoravam a situação.
Mais de 8.000 voos foram cancelados, em particular nos aeroportos de Nova York, JFK, LaGuardia e Newark.