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Nove pessoas morrem em três atentados suicidas na Chechênia

Agência France-Presse
postado em 31/08/2011 14:26
Pelo menos nove pessoas morreram, incluindo policiais, e 21 ficaram feridas na terça-feira à noite em uma série de atentados suicidas em Grozny que ilustram as dificuldades da Rússia na Chechênia, onde o governo central não consegue controlar a rebelião há 17 anos. O número de mortos pode subir ainda mais, já que cinco pessoas estão internadas em estado grave. Outras 16 pessoas ficaram feridas, informou à AFP Alvin Karimov, porta-voz do presidente checheno Razam Kadyrov.

Os atentados no centro da capital da Chechênia, próximo ao Parlamento, foram cometidos por três terroristas suicidas, acrescentou Karimov. A primeira explosão ocorreu quando policiais tentaram render um homem suspeito em uma rua de Grozny para verificar seus documentos de identidade. Neste momento, ele ativou a bomba que carregava consigo matando dois policiais.

Os dois outros terroristas ativaram seus cintos explosivos um pouco mais tarde no mesmo local quando este estava cheio de policiais e curiosos. "Trata-se de um atentado terrorista", declarou o ministro russo do interior Rachid Nourgaliev. Dois suicidas foram identificados, confirmou o ministro do interior da Chechênia, Ruslan Alkhanov. Eram jovens de 21 e 22 anos, entre eles um estudante da Universidade do Petróleo.

Segundo Ramzan Kadyrov, um deles era irmão de um outro terrorista que cometeu um crime parecido há um ano. "Descobrimos que é uma família de terroristas". Os explosivos tinham uma potência equivalente à 3 kg de TNT, indicou o porta-voz do comitê de investigação russo, Vladimir Markine.

Os ataques foram registrados no dia em que os muçulmanos festejam o Aid al-Firt que marca o fim do Ramadã. "Aqueles que enviaram estes bandidos para a cidade neste dia sagrado para os muçulmanos não têm honra, nem religião, nem nacionalidade. É preciso lutar contra eles de todas as maneiras. Não são humanos, é uma ninhada do inferno", disse Ramzan Kadyrov em seu site oficial.

Os atentados ilustram a fragilidade da Chechênia frente à rebelião sangrenta em todo o Cáucaso russo e que Moscou não consegue controlar desde 1994, início da primeira guerra na Chechênia. "É um tapa em Ramzan (Kadyrov). Os atentados provam que não existe estabilidade na Chechênia, como diz Moscou", comentou à AFP Alexei Malachenko, especialista do Cáucaso no centro Carnegie de Moscou.

O fato de haver três terroristas prova que o ataque foi cuidadosamente preparado e "deve ser levado muito a sério", acrescenta o especialista. "Eu acredito que isso pode se repetir". Depois da primeira guerra da Chechênia (1994-1996) entre as forças russas e os separatistas, a revolta progressivamente se islamizou e se estendeu para as repúblicas vizinhas até se transformar nos anos 2000 em um movimento islamita armado e ativo em todo o Cáucaso do norte. As repúblicas do Cáucaso são palcos cotidianos de ataques, emboscadas, explosões e atentados.

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