Agência France-Presse
postado em 31/08/2011 16:29
Abuja - Um homem vinculado à Al-Qaeda teria planejado o atentado suicida contra a sede das Nações Unidas em Abuja em 26 de agosto, que provocou pelo menos 23 mortes, informou nesta quarta-feira (31/8) a polícia secreta da Nigéria."A investigação revelou que um homem vinculado à Al-Qaeda e que chegou recentemente da Somália é o cérebro do ataque contra o imóvel das Nações Unidas", afirma um comunicado.
O indivíduo, identificado como Mamman Nur, é integrante da seita islâmica local Boko Haram, que reivindicou o atentado e é considerada próxima da Al-Qaeda. A polícia emitiu uma ordem de captura para Nur.
De acordo com pessoas que afirmaram ter pertencido à seita, Nur era o número três do grupo durante a revolta de 2009, duramente reprimida pelas forças de ordem (800 mortos em poucos dias). Ele teria escapado então para o Chade, para posteriormente se instalar na Somália, de onde teria regressado há algumas semanas, no início do mês do Ramadã.
[SAIBAMAIS]Outros dois indivíduos foram detidos em 21 de agosto, cinco dias antes do atentado, depois que a polícia foi informada de que "elementos do Boko Haram estavam em uma missão para atacar objetivos não especificados em Abuja", afirma o comunicado. Trata-se de "dois dirigentes conhecidos dos Boko Haram".
A seita Boko Haram reivindicou diversos ataques na Nigéria, entre eles um em junho com carro-bomba contra o quartel da polícia de Abuja que deixou dois mortos. Os ataques da seita são cada vez mais sofisticados, em particular com o uso de bombas ativadas a distância.
No ataque de sexta-feira passada, um suicida conseguiu superar as barreiras de segurança da sede da ONU na capital nigeriana, onde trabalhavam 400 pessoas, e avançou com o veículo contra a entrada do edifício, provocando uma grande explosão.
Segundo um responsável pela segurança da ONU, Gregory Starr, enviado a Abuja, não ocorreu antes do atentado uma ameaça específica contra operações das Nações Unidas na Nigéria.
A Nigéria é o país mais populoso da África, com cerca de 150 milhões de habitantes espalhados entre o norte, de maioria muçulmana, e o sul, essencialmente cristão.