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WikiLeaks anuncia a publicação de 250.000 mensagens de diplomatas dos EUA

Agência France-Presse
postado em 02/09/2011 10:10
Londres - O site WikiLeaks informou nesta sexta-feira (2/9) ter postado mais de 250.000 mensagens diplomáticas americanas confidenciais, que podem ser consultadas livremente sem a necessidade de senha.

"No total, 251.287 telegramas das embaixadas americanas foram postados num formato que permite fazer buscas", afirma o portal criado por Julian Assange em seu Twitter.

No momento, não está claro se o WikiLeaks postou os telegramas na íntegra, ou seja, sem proteger a identidade das fontes, como anunciou que iria fazer.

Na véspera, o portal lançou uma consulta junto a seu milhão de seguidores no microblog Twitter para saber se publicava na íntegra ou não.

A consulta foi lançada em meio a uma polêmica entre o WikiLeaks e o jornal britânico The Guardian, acusado por Assange de estar por trás da difusão temporária da totalidade dos documentos sem edição.

A votação foi "favorável a mais de 100 por 1" pela divulgação total do denominado ;Cablegate;, anunciou o WikiLeaks, que na semana passada já tinha publicado outros 134.000 novos documentos confidenciais do Departamento de Estado americano, muitos dos quais incluíam nomes de pessoas que haviam falado sob a condição do anonimato com diplomatas americanos.

Diante da nova ameaça, o Departamento de Estado avaliou que a continuação da difusão dos documentos por parte do site especializado no vazamento destes documentos era "irresponsável, imprudente e francamente perigosa".

"Expusemos claramente nossos pontos de vista e preocupações sobre a divulgação ilegal de informação secreta e o risco continuado causado por estas divulgações para alguns indivíduos e a segurança nacional", declarou, em Paris, a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.

O WikiLeaks argumentou, em um editorial publicado na internet, que a iniciativa de difundir a totalidade dos documentos se devia a que estes estavam em um arquivo na internet e que a senha também era pública.

O site acusou na quinta-feira um jornalista do Guardian - um dos cinco periódicos de prestígio mundial que difundiram os primeiros documentos, juntamente com El País, Le Monde, The New York Times e Der Spiegel - de ter revelado a senha secreta que dá acesso aos despachos.

"Já falamos com o Departamento de Estado e apresentamos uma ação preliminar na Justiça", acrescentou o WikiLeaks em um comunicado divulgado no Twitter.

O jornal britânico retrucou, informando que "repudia totalmente qualquer acusação de que seja responsável pela divulgação dos despachos sem editar" e acusou, por sua vez, o site.

O The Guardian também insistiu no comunicado enviado ao Wikileaks "não seguir adiante com seu plano de difundir os despachos" sem editar, lembrando que esta tem sido sua posição desde que teve início a divulgação dos documentos, no fim de 2010.

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