Agência France-Presse
postado em 02/09/2011 10:13
Tókio - O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, declarou nesta sexta-feira (2/9) que a prioridade número um de seu governo é reconstruir o país devastado pelo terremoto e tsunami de 11 de março, assim como resolver o acidente nuclear de Fukushima."Assim como para o governo anterior, a reconstrução depois do desastre continua sendo a principal prioridade de minha equipe", explicou Noda horas após apresentar o seu governo. "Sem (uma) solução para a crise de Fukushima, o renascimento do Japão é impossível", acrescentou.
Yoshihiko Noda informou que, de seu ponto de vista, é difícil construir novos reatores nucleares no Japão após o acidente de Fukushima, mas é favorável à reativação das unidades paradas tão logo a segurança seja garantida.
"Existiam 14 reatores projetados, mas penso que é difícil construí-los", indicou.
Em outra questão, Noda afirmou neste mesmo dia que se esforçará ao máximo para fortalecer os vínculos de seu país com a China, quando questionado por uma crise diplomática gerada por uma disputa territorial em setembro de 2010.
[SAIBAMAIS]"Com a China, desejo construir relações que sejam mutuamente beneficiosas. Farei o máximo para também desenvolver boas relações com nossos outros vizinhos, em particular com a Coreia do Sul e a Rússia", declarou Noda, horas após apresentar seu governo de centro-esquerda.
Noda anunciou nesta sexta-feira a composição de seu governo, que terá a missão de prosseguir com a reconstrução do país após o tsunami de 11 de março passado.
O governo, o sexto do Japão em cinco anos, tem nas Finanças e nas Relações Exteriores dois legisladores com menos de 50 anos, considerados jovens na política japonesa para ocupar estes cargos.
Noda entregou a pasta das Finanças a Jun Azumi, 49 anos, um parlamentar originário da prefeitura de Miyagi, devastada pelo tsunami.
Azumi sucede nas Finanças o próprio Noda, defensor do rigor orçamentário e de uma reforma fiscal destinada a financiar a reconstrução do país e reduzir o peso da dívida, que já supera 200% do PIB.
Koichiro Gemba, 47 anos, foi chamado para dirigir a diplomacia japonesa, testada no final do ano passado pelas questões territoriais com China e Rússia.
Gemba foi ministro de Estratégia Nacional no gabinete anterior.
A pasta da Defesa ficou com Yasuo Ichikawa, um senador de 69 anos, e o ministério da Economia, Comércio e Indústria coube a Yoshio Hachiro, 63 anos.
Hachiro, da esquerda do Partido Democrata do Japão (PDJ), terá a tarefa de pilotar a recuperação de uma economia em recessão e de enfrentar os novos desafios da política energética do país, privado atualmente de 80% de sua geração nuclear.
O premier precedente, Naoto Kan, anunciou sua demissão na semana passada, em meio a fortes críticas por sua gestão após o tsunami, que deixou mais de 20 mil mortos ou desaparecidos e uma crise nuclear na central de Fukushima Daiichi.