Agência France-Presse
postado em 02/09/2011 12:19
Jerusalém - Israel reafirmou nesta sexta-feira (2/9) sua recusa em pedir desculpas à Turquia após a apresentação do relatório da ONU sobre o ataque israelense a uma embarcação turca que tentava romper o bloqueio a Gaza em maio de 2010, segundo fontes diplomáticas em Jerusalém."Israel manifesta novamente seu pesar pelas perdas de vidas humanas, mas não se desculpa por esta operação. Israel, como qualquer outro país, tem o direito legítimo de se defender", indicou uma das fontes ao se referir ao ataque que custou a vida de nove cidadãos turcos.
No dia 31 de maio de 2010, nove pessoas foram mortas durante um ataque israelense à embarcação Mavi Marmara, principal integrante de uma flotilha humanitária internacional que se dirigia à Faixa de Gaza.
[SAIBAMAIS]A Turquia tomou nesta sexta-feira medidas de retaliação contra o Estado hebreu devido a sua recusa em pedir desculpas, anunciando a expulsão do embaixador israelense, uma suspensão dos acordos militares entre os dois países e o encaminhamento da questão à Corte Internacional de Justiça.
"Israel reconheceu a importância histórica das relações com o povo turco e a tentou mantê-las, esperando que fosse encontrado um meio de superar as divergências" entre os dois países, indicou uma fonte diplomática oficial em Jerusalém.
Em um relatório, que teve o seu texto integral publicado pelo New York Times, a ONU considera que a Marinha de guerra israelense recorreu a uma força "excessiva e desproporcional", mas reconheceu a legalidade do bloqueio marítimo de Gaza ao olhos do Direito Internacional.
"Israel aceita o relatório da ONU, mas com reservas (...). É um documento profissional, sério e aprofundado que confirma a legalidade do bloqueio marítimo imposto por Israel em torno de Gaza, incluindo em águas internacionais", segundo as mesmas fontes.
Durante a operação em maio de 2010, "os soldados israelenses foram agredidos por dezenas de militantes violentos da organização (turca) IHH que estavam armados com vfcas, barras de ferro. Eles foram obri~gados a se defender", insistiu uma das fontes diplomáticas.