Agência France-Presse
postado em 02/09/2011 17:43
O cardeal Tarcisio Bertone, segundo em importância no Vaticano, pediu nesta sexta-feira (2/9) que o governo e os deputados italianos que preparam o plano de rigor para a Itália não penalizem os direitos sociais e que mostrem retidão moral.Monsenhor Bertone participou da 44; reunião da Associação Cristã dos Trabalhadores Italianos (ACLI), organizada no domingo em Castel Gandolfo, perto da residência de verão do Papa, e faz essas declarações na presença do ministro do Trabalho, Maurizio Sacconi. "Os direitos sociais são parte integrante da substância da democracia e o compromisso de respeitá-los não pode depender simplesmente da evolução das bolsas e do mercado", disse o secretário de Estado da Santa Sé.
O cardeal criticou o plano de rigor que prevê aumentar os impostos das cooperativas, setor da economia em que a influência católica é forte e que a doutrina social da Igreja sempre apoiou.
Bertone considera que uma economia "não pode ocultar o valor social da empresa e a responsabilidade com as famílias dos trabalhadores, com a sociedade e o meio ambiente". Ele saudou a contribuição que o mundo das cooperativas trouxe em matéria de trabalho e solidariedade em tempos de crise: esse setor "merece tratamento melhor do que o programado pelo plano", disse.
Para acalmar os mercados, o governo de Silvio Berlusconi adotou no mês passado um plano econômico de urgência de 45.500 milhões de euros, que facilitará a Itália chegar ao equilíbrio esperado em 2013 em vez de 2014.