Kutsra - Colonos israelenses tentaram incendiar uma mesquita na Cisjordânia nesta segunda-feira (5/9), onde escreveram insultos contra muçulmanos, segundo testemunhas e fontes da segurança palestina.
Este ato de vandalismo ocorreu no momento em que policiais e soldados israelenses demoliam três residências da colônia de Migron, não autorizada pelas autoridades, perto de Ramallah, depois de ter retirado os moradores à força, segundo a polícia israelense.
Os autores do ato escreveram em um muro insultos ao profeta Maomé e uma estrela de Davi, símbolo do Estado judaico, assim como uma frase de defesa da colônia de Migron, constatou um fotógrafo.
Os colonos quebraram uma janela da mesquita do povoado, a sudoeste da cidade de Nablus, e incendiaram o primeiro piso desse local de culto, ateando fogo em pneus, segundo testemunhas e fontes da segurança palestina.
O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, considerou em um comunicado que o governo israelense tem "a total responsabilidade" nessa profanação "devido à ausência de processo contra os autores de atos semelhantes no passado".
O Hamas "condenou firmemente" o episódio, denunciando "uma violação flagrante das leis divinas e das normas internacionais", segundo uma fonte ligada às autoridades do movimento islâmico, que controla a Faixa de Gaza.
O Exército israelense indicou ter recebido uma denúncia dos moradores da cidade.
Um porta-voz da polícia confirmou a tentativa de incêndio e declarou que uma investigação foi iniciada.
Colonos extremistas praticam uma política de represálias sistemáticas - chamada de "o preço que é preciso pagar" - que consiste em atacar palestinos cada vez que as autoridades israelenses adotam medidas contrárias às colônias não autorizadas.
Várias mesquitas da Cisjordânia foram atingidas por ataques semelhantes há dois anos.
Em junho, uma mesquita do norte da Cisjordânia foi danificada por um incêndio, promovido em represália pelo desmantelamento da colônia Alei Ain, onde ocorreram confrontos entre a polícia israelense e colonos.
Vários colonos suspeitos foram interrogados, mas até agora nenhum foi acusado.