Agência France-Presse
postado em 06/09/2011 16:03
Madri - A polícia francesa prendeu em San Juan de Luz um suposto membro do ETA, procurado pela Justiça espanhola, após fugir em janeiro passado depois de uma ação policial contra o entorno político do ETA, informou nesta terça-feira (6/9) o Ministério do Interior espanhol.O preso, Josu Esparza Iraizoz, é suspeito de pertencer à organização radical basca EKIN, considerada parte do entorno do ETA, cuja direção foi desmantelada em setembro de 2010 pela polícia espanhola. "Ele estava foragido desde janeiro deste ano após a operação policial realizada contra a organização terrorista EKIN e seu aparelho diretivo ;EKIN Nacional;", segundo um comunicado da polícia espanhola.
Procurado pela Audiência Nacional, principal instância penal espanhola, por um suposto "crime de terrorismo", a prisão de Esparza ocorreu em cumprimento a uma ordem de busca e captura internacional. Em setembro de 2010, a polícia espanhola prendeu nove supostos membros da Ekin em uma operação que permitiu desarticular "toda a direção do EKIN, algo que não tinha ocorrido desde 2001", segundo informou então o Ministério do Interior espanhol, em comunicado. Outros seis supostos membros do EKIN foram presos posteriormente em janeiro passado em uma operação que se seguiu à de setembro.
Em dezembro de 2007, a Justiça espanhola já tinha condenado membros da EKIN e de outras organizações do entorno do ETA a penas de até 24 anos de prisão, que foram reduzidas em 2009 pelo Tribunal Superior espanhol. A Justiça considerou então que a EKIN era "as entranhas e o coração" do ETA, assegurando que esta organização se encarregava da "aplicação da estratégica político-militar dividida com o ETA" e que seus membros eram como "comissários políticos delegados" da organização separatista armada.
O ETA, muito fragilizado nos últimos anos pelos ataques policiais e que mantém uma trégua desde setembro de 2010, é responsável pela morte de 829 pessoas em mais de 40 anos de atentados pela independência de Euskal Herria (o País Basco), apesar de não cometer atentados desde agosto de 2009.