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Otan suspende transferência de presos no Afeganistão após denúncias

postado em 06/09/2011 18:55
A missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão suspendeu a transferência de prisioneiros de guerra para detenções administradas pelo governo afegão, após acusações de torturas que teriam sido cometidas por autoridades policiais do país.

As acusações estão reunidas em um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) ainda não publicado. O documento descreve casos de prisioneiros supostamente espancados e que teriam recebido choques elétricos.

Os supostos casos de tortura ocorreram em prisões sob tutela da polícia e do serviço de inteligência do Afeganistão. O relatório da ONU fala em tortura sistemática e habitual. Muitos prisioneiros, vários deles detidos pelas forças da Otan, teriam apanhado com mangueiras de borracha e sofrido abuso sexual.

Em um dos casos relatados, um jovem de 19 anos teria apanhado por 19 dias até morrer de hemorragia. A maioria das vítimas são supostos rebeldes e muitos estavam presos sem acusação formal.

O caso reforça a desconfiança sobre a capacidade do Afeganistão cuidar de sua própria segurança. Não é a primeira vez que o processo é suspenso: no ano passado, as autoridades de Defesa da Grã-Bretanha paralisaram a transferência de presos para cadeias em Cabul após a Justiça britânica concluir que os detentos sofriam o risco de tortura.

As prisões mencionadas no relatório são as dirigidas pelo Departamento Nacional de Segurança do Afeganistão nas cidades de Herat, Khost, Lagman, Kapisa e Takhar. A Força Internacional de Assistência para Segurança também suspendeu as transferências para duas prisões administradas pela polícia em Kunduz e Tarin Kowt.

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