Mundo

CNT está prestes a tomar Bani Walid, bastião leal a Muamar Kadafi

Agência France-Presse
postado em 07/09/2011 13:07
Trípoli - As novas autoridades líbias afirmaram nesta quarta-feira (7/9) estar perto de conquistar a rendição pacífica do bastião pró-Kadafi de Bani Walid, enquanto o único meio de comunicação em contato com Muamar Kadafi ressaltou que o ex-líder líbio segue em seu país e "com ótimo ânimo".

"As negociações de antes (terça-feira) foram um sucesso e estamos esperando a autorização do CNT (Conselho Nacional de Transição) para entrar" em Bain Walid, 170 km a sudeste de Trípoli, indicou o chefe dos negociadores, Abdullah Kenshil.

Num momento em que as novas autoridades tentam entrar em três redutos kadhafistas, Bani Walid, Sebha e Sirte, o possível paradeiro de Kadafi continua dando lugar a rumores.

"Posso afirmar que conversei com Kadafi muito recentemente. Está na Líbia, está com ótimo ânimo, se sente forte, não tem medo e espera morrer combatendo os ocupantes", afirmou nesta quarta-feira Michan Al Juburi, diretor da televisão árabe Arrai, único meio de comunicação que permanece em contato com o ex-líder.

"O filho Saif al-Islam tem o mesmo estado de ânimo", acrescentou este ex-deputado sunita iraquiano, de 54 anos, que lançou sua rede de televisão em Damasco em 2006.

Após a queda de Trípoli, o ex-homem forte da Líbia está em paradeiro desconhecido, mas enviou várias mensagens de áudio divulgados pela Arrai.

Neste contexto, o CNT indicou nesta quarta-feira que uma delegação viajará ao Níger para pedir às autoridades deste país que impeçam Kadafi ou seus familiares de entrar em território nigerino.

[SAIBAMAIS]Washington havia estimado na terça-feira que o comboio que escapou da Líbia em direção ao Níger levava funcionários de alto escalão líbios, mas, aparentemente, Kadafi não estava entre eles.

O grande comboio de veículos civis e militares entrou no Níger procedente da Líbia na noite de segunda-feira e cruzou a cidade de Agadez, gerando a pergunta sobre se Kadafi havia fugido do país com eles.

Por sua vez, a petroleira espanhola Repsol YPF enviou representantes a Benghazi (leste da Líbia) para "participar de reuniões" com as autoridades de transição sobre "a volta à normalidade" de sua atividade e ver o estado de suas instalações, disse nesta quarta-feira um porta-voz.

"Temos a intenção de voltar o quanto antes ao país", explicou o porta-voz, Kristian Rix.

Também participam destas reuniões "uma série de petroleiras" de diferentes países, disse o porta-voz.

A Repsol, ao contrário da italiana Eni, não assinou nenhum acordo com o CNT para reativar suas atividades no país, de acordo com o porta-voz, que considerou que tal acordo "não é necessário" para retomar suas operações.

O grupo espanhol havia reduzido à metade no fim de fevereiro sua produção na Líbia e evacuado todos os seus funcionários.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação