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Repressão contra o governo de Bashar Al-Assad continua nas cidades sírias

postado em 17/09/2011 08:00
Milhares de pessoas voltaram a se manifestar ontem, na Síria, contra o governo do presidente Bashar Al-Assad, com saldo de pelo menos 22 mortos em vários pontos do país. A quantidade de vítimas informada pela agência de notícias France-Presse poderia ser inferior à registrada por outros meios de comunicação internacionais, que apontavam mais 17 baixas. Além disso, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos denunciou a descoberta de 15 cadáveres em valas comuns. Eles seriam de pessoas executadas pelas forças de segurança sírias em diferentes cidades e povoados.

De acordo com levantamentos das Nações Unidas, a repressão aos protestos iniciados em março acumula um saldo de 2,4 mil mortos, incluindo soldados e policiais atingidos, segundo o governo, em confrontos com grupos armados. Os manifestantes pró-democracia desmentem a versão e afirmam que militares teriam sido executados pelos superiores por terem se recusado a disparar contra a população.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que se levasse a cabo uma ação internacional contra o governo sírio. Ban apontou que o presidente Al-Assad não cumpriu a promessa de acabar com as operações de eliminação e perseguição aos seus opositores, bem como continua protelando a adoção de medidas efetivas para iniciar reformas políticas.

Durante sua visita à Líbia, na quinta-feira, o presidente francês, Nicolas Sarcozy, disse que seu governo e outros parceiros internacionais farão tudo para que os sírios recuperem a liberdade e a democracia. Também o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que esteve ontem em Trípoli, aproveitou a ocasião para advertir Al-Assad de que ;aqueles que reprimem o próprio povo não sobreviverão;, e emendou: ;Esse tipo de dirigente deve compreender que sua era terminou, porque o tempo dos regimes opressores já passou;.

Incentivados pelo que veem como sinais de que a queda do governo seria iminente, partidos de oposição anunciaram uma união de forças. Eles prometeram apresentar em Damasco uma ;instância de coordenação nacional;. A iniciativa vai na mesma linha que outros grupos inclinados a lutar contra o regime divulgaram na véspera, em Istambul, com a criação do Conselho Nacional. Uma terceira leva de opositores anunciou que construirá um Conselho Nacional de Transição Sírio, dividido em comitês de coordenação da revolução.

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