Agência France-Presse
postado em 18/09/2011 17:50
Paris - O ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, reconheceu neste domingo (18/9) que manteve uma "relação inapropriada" e que cometeu uma "falta moral" quando estava hospedado no hotel Sofitel de Nova York, disse ele ao canal privado de TV da França TF1.
Na época, Strauss-Kahn foi denunciado por tentativa de estupro e outros abusos por uma camareira do hotel, a guineana Nafissatou Diallo, de 32 anos.
"O que houve foi uma relação inapropiada", afirmou Strauss-Kahn em entrevista à Claire Chazal, apresentadora do telejornal do canal TF1, amiga de sua esposa Anne Sinclair. Em seguida, Strauss-Kahn disse que o que houve "foi mais grave que uma debilidade: foi uma falta moral".
O ex-diretor do FMI admitiu também que pretendia ser o candidato socialista à presidência da França em 2012, mas disse que o escândalo no qual está envolvido impossibilita sua candidatura.
"Contudo, creio que uma vitória da esquerda é necessária", disse.
Segundo Strauss-Kahn, ele acreditava que sua posição no FMI lhe daria certa vantagem na corrida presidencial.
"Agora tudo isso é passado", disse ele. "Não sou mais candidato", concluiu.
Strauss-Kahn afirmou que se a promotoria retirou todos as acusações é porque não tinha mais como seguir adiante.
"Sempre aleguei inocência", disse Strauss-Kahn.
Interrogado sobre o que sentiu após ser detido, a noite de 14 de maio, Strauss-Kahn, de 62 anos, disse: "tive medo, tive muito medo porque a impressão que tive é que podia ser destroçado. Fui pisoteado antes, inclusive, de eu dizer qualquer coisa", afirmou.
Com exceção de poucas palavras pronunciadas em 23 de agosto em Nova York, depois que a justiça americana arquivou as acusações apresentadas por Nafissatou Diallo, o ex-diretor do FMI ainda não havia falado em público.
A entrevista acontece duas semanas depois de strauss-Kahn ter retornado à França, onde é objeto de uma denúncia similar apresentada pela jornalista e escritora Tristane Banon, de 32 anos, por fatos acontecidos em 2003.
Uma pesquisa mostrou que 53% dos franceses esperam que neste domingo "DSK" anuncie a saída da vida política e 35% querem uma explicação sobre o que aconteceu em Nova York.
Organizações feministas protestaram contra a entrevista e convocaram uma manifestação diante da emissora.