Agência France-Presse
postado em 19/09/2011 19:44
SANAA - Vinte e sete pessoas morreram nesta segunda-feira em Sanaa e quatro em Taez (sudoeste) pela brutal repressão das forças de segurança iemenitas contra manifestantes que pediam a saída do presidente Ali Abdullah Saleh, informaram os organizadores dos protestos.Com esse balanço, sobe para 57 o número de "mártires" mortos no Iêmen desde o domingo, informou o comitê organizador da revolução, completando em um comunicado que 942 pessoas foram feridas por tiros nos dois dias, e que 47 delas estão em estado grave.
Testemunhas indicaram que as forças de segurança dispararam nesta segunda-feira contra manifestantes que acampavam no centro da capital do Iêmen. Os manifestantes responderam a pedradas, depois do que as forças de ordem pública continuaram disparando contra eles.
Uma fonte médica disse à AFP que em Taez "quatro manifestantes mortos a tiros foram levados ao hospital Al-Raudha" da cidade.
As 20 salas de operações de cinco hospitais da capital estão lotadas, faltam equipamentos médicos, além de ambulâncias serem impedidas de transportar as vítimas, afirmou o comitê da revolta. "As autoridades iemenitas devem interromper imediatamente os massacres de manifestantes pacíficos", disse a organização de defesa dos Direitos Humanos com sede em Londres Anistia Internacional. "Há um risco crescente de guerra civil", completou a Anistia em comunicado.
Um registro anterior, obtido de fontes médicas, indicou que 20 pessoas foram mortas em Sanaa, à qual chegou o emissário da ONU, Jamal Benomar, e o mediador do Golfo, Abdelatif al Zayani, para dar andamento a um plano para a saída da crise, segundo fontes diplomáticas.
Os dois emissários chegaram à capital iemenita para assistir à assinatura de um documento proposto pela ONU para a aplicação de um plano de saída da crise elaborado pelas monarquias do Conselho de Cooperação do Golfo, segundo a fonte diplomática.
No poder desde 1978, o presidente Saleh enfrenta desde janeiro um movimento de protesto. Em convalescência na Arábia Saudita, onde foi hospitalizado em 4 de junho um dia depois de seu palácio ter sido atacado em Sanaa, Saleh ordenou a seu vice-presidente que negocie com a oposição uma transferência de poder.
Até agora, ele se negou a assinar um plano proposto pelas monarquias do Golfo, apesar das fortes pressões internacionais.