Agência France-Presse
postado em 21/09/2011 22:07
JACKSON - A execução de Troy Davis foi adiada na noite desta quarta-feira (21/9) no último minuto, a fim de permitir que a Suprema Corte dos Estados Unidos analise o pedido de suspensão apresentado por seus advogados, informou a TV americana.
Segundo as redes de televisão CNN e MSNBC, o estado da Geórgia adiou a execução prevista inicialmente para às 19H local (20H Brasília) na prisão de Jackson. "Pedimos à Suprema Corte dos Estados Unidos uma suspensão e eles estão analisando. Até que decidam, estão retardando" a execução, disse à AFP Brian Kemmer, um dos advogados de Troy Davis, cuja morte estava prevista para hoje. "Não há uma hora limite, mas a prisão não pode esperar para sempre".
O porta-voz da Suprema Corte dos Estados Unidos se limitou a informar que o caso está sendo analisado.
[SAIBAMAIS]O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se recusou a intervir para impedir a execução de Troy Davis, estimando que o caso diz respeito ao Estado da Geórgia e não ao poder federal. "Obama tem trabalhado para garantir eficiência e justiça no sistema judiciário, especialmente nos casos de pena capital, mas não é apropriado que o presidente dos Estados Unidos se envolva em casos específicos como este, que são da justiça estadual", informou seu porta-voz Jay Carney.
No corredor da morte há 20 anos pelo assassinato do policial branco Mark MacPhail, o negro Troy Davis foi condenado à pena capital após um processo repleto de vícios judiciais que revelaram dúvidas sólidas sobre a inocência do culpado.
Durante o processo, nove testemunhas do assassinato cometido em 1989 indicaram Troy Davis como o autor do tiro, mas a arma do crime nunca foi encontrada e nenhuma prova digital ou traço de DNA, revelado. Depois, sete testemunhas se retrataram, mas isso não foi suficiente para convencer a justiça de rever seu veredicto.
Na noite de hoje, Anneliese MacPhail, mãe do policial Mark MacPhail, disse à CNN que ficou "absolutamente devastada" com este novo adiamento da execução, e reafirmou sua convicção de que Troy Davis é o assassino do filho. "Este caso foi revisto por todas as instâncias judiciais da Geórgia e esteve três vezes na Suprema Corte", destacou MacPhail.