Tóquio - O tufão Roke deixou 10 mortos em sua passagem pelo Japão, além de ter provocado problemas nos sistemas de transportes e obrigado uma suspensão das obras na central nuclear acidentada de Fukushima, onde não provocou danos.
Do Pacífico Sul, o tufão seguiu entre quarta-feira (21) e quinta-feira (22/9) para o norte e alcançou a ilha principal Honshu, onde foram registradas chuvas intensas e ventos que superaram 150 km/h. O fenômeno afetou a região de Tohoku (nordeste), arrasada pelo terremoto e tsunami de 11 de março, onde fica a central de Fukushima.
A central nuclear de Fukushima, onde continuam as obras de neutralização das instalações destruídas por explosões, ficou exposta às chuvas do Roke, o que fez com que a operadora Tokyo Electric Power (Tepco) tomasse medidas de segurança e suspendesse os trabalhos. Durante a passagem do tufão não foram registrados danos na central.
Ao mesmo tempo, foi registrado um terremoto de 5,3 graus de magnitude às 22h30 locais na região. Seu epicentro situou-se na cidade de Ibaraki, localizada entre Tóquio e Fukushima. Os serviços de resgate não informaram até o momento sobre a existência de vítimas ou danos materiais.
As fortes chuvas que acompanham o tufão deixaram ao menos 10 mortos e cinco desaparecidos no centro e no oeste do país. Sessenta pessoas ficaram feridas.
O tufão causou inundações na cidade de Aichi, pulmão industrial do centro do Japão, onde as autoridades aconselharam mais de um milhão de pessoas a abandonar suas casas para se proteger em abrigos.
Várias estradas foram fechadas e cerca de 600 voos cancelados, segundo a imprensa.
Em Tóquio, que recuperou a tranquilidade durante a noite, houve cortes de eletricidade e o tufão arrancou muitas árvores, sem deixar feridos.
Os trens e metrôs da capital, suspensos durante parte do dia, foram progressivamente reativados durante a tarde, quando milhares de trabalhadores tentavam voltar para casa.
Entre as empresas, a maior montadora japonesa de automóveis, Toyota, suspendeu a produção em 11 de suas 15 fábricas japonesas pela chegada do tufão, indicou um porta-voz.
O grupo de indústrias pesadas Mitshubishi Heavy Industries (MHI) interrompeu a produção em cinco fábricas de aeronáutica e motores, no centro do país.
O Japão é atingido por pelo menos uma dezena de tufões por ano, entre julho e outubro. Os arranha-céus das grandes cidades são construídos para resistir tanto a intensas rajadas de vento quanto a terremotos.