Agência France-Presse
postado em 22/09/2011 12:52
Washington - O Paquistão "exporta violência" para o Afeganistão por meio da utilização de insurgentes da rede Haqqani "como instrumento político" e compromete assim sua influência na região, denunciou nesta quinta-feira (22/9) o almirante americano Mike Mullen."A rede Haqqani age como o verdadeiro braço direito do ISI paquistanês", o serviço secreto do Islamabad, afirmou o chefe do Estado-Maior diante dos senadores da Comissão de Defesa.
Após vários dias, os Estados Unidos tornaram pública a pressão sobre o Paquistão a fim de que o país pare de apoiar grupos talibãs, entre eles a rede Haqqani, com ameaças de tomar "medidas apropriadas".
Este grupo, que utiliza como retaguarda as regiões tribais do Waziristão, no noroeste do Paquistão, é acusado por Washington do ataque da semana passada contra o quartel general da Otan e a embaixada americana em Cabul e do atentado contra uma base da Otan que deixou mais de 100 feridos, incluindo 77 soldados americanos.
"Ao escolher o extremismo violento como instrumento político, o governo do Paquistão - e mais especificamente o [SAIBAMAIS]Exército paquistanês e o ISI - compromete não só a possibilidade de ser nosso parceiro estratégico, mas também a oportunidade de ser uma nação respeitada com uma influência regional legítima", afirmou o almirante Mullen, que deve deixar suas funções no fim do mês.
Ao fazer um jogo duplo, o Paquistão acredita que pode manter um equilíbrio regional frente à Índia, mas isto é um erro, acrescentou.
"Por exportar a violência, o Paquistão fragiliza sua segurança interior e sua posição na região. Ele acaba com sua credibilidade internacional e ameaça seu bem-estar econômico", explicou.
Apesar dos bilhões de dólares de ajuda americana ao Paquistão, os Estados Unidos criticam desde 2001 Islamabad por não atuar com a determinação necessária contra os grupos terroristas e insurgentes em seu território.
As relações entre os dois países estão em seu pior momento, principalmente depois da operação americana realizada no início de maio no Paquistão para eliminar Osama Bin Laden.