Agência France-Presse
postado em 22/09/2011 19:16
NOVA YORK - O presidente da União Europeia (UE), o belga Herman van Rompuy, pediu nesta quinta-feira durante discurso na Assembleia Geral da ONU que israelenses e palestinos retomem as negociações diretas, às vésperas da solicitação dos palestinos de serem reconhecidos como Estado. "Nesses momentos, a retomada das negociações diretas entre Israel e a Autoridade Palestina é a máxima prioridade", disse Van Rompuy. "Como membros do Quarteto para o Oriente Médio (formado por UE, ONU, Estados Unidos e Rússia), estamos plenamente comprometidos com a busca de uma solução no processo de paz" nessa região, afirmou.O presidente do Conselho Europeu não mencionou a proposta feita na quarta-feira pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, para resolver a crise diplomática, consistente em dar aos palestinos status de observadores nas Nações Unidas e que as duas partes voltassem à mesa de diálogo no prazo de um ano para obter um acordo.
"Este é o momento da política: do diálogo e das negociações. As populações (de Israel e da Palestina) viveram com medo e sofrimento durante muito tempo", declarou Van Rompuy. "Por isso digo aos líderes das duas partes: esta é a hora de atuar. Há riscos políticos, mas necessitam enfrentá-los - como fizeram seus predecessores - com uma visão de oferecer a suas comunidades um futuro melhor e mais seguro", completou.
"O status quo atual não é uma opção. Os ventos de mudança que sopram em toda a região deveriam ajudá-los a superar o impasse", completou o chefe da União Europeia, em alusão às revoltas democráticas que se sucederam no mundo árabe.
Van Rompuy reiterou a posição da UE em relação ao conflito israelense, segundo a qual uma solução negociada deve basear-se nas fronteiras israelenses de 1967 com trocas de território mutuamente acordados. "Além disso, a União Europeia sustenta financeira e plenamente o processo de construção de um Estado pela Autoridade Palestina", lembrou.
Os diplomatas europeus e americanos discutiram como evitar um confronto em torno da intenção da Autoridade Palestina de apresentar na sexta-feira na ONU uma solicitação para ser aceita como Estado.