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Primeiro-ministro de Israel convida Abbas ao diálogo em discurso na ONU

Agência France-Presse
postado em 23/09/2011 16:48

NOVA YORK - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu ao presidente palestino, Mahmud Abbas, uma reunião entre os dois nesta sexta-feira (23/9) nas Nações Unidas para discutir os esforços de paz no Oriente Médio em um discurso proferido na 66; Assembleia Geral da ONU pouco depois da intervenção de Abbas. "Vamos nos reunir hoje nas Nações Unidas", disse Netanhayu a Abbas durante discurso à Assembleia Geral da ONU, pouco depois de o palestino apresentar o pedido de adesão de um Estado da Palestina às Nações Unidas.

"Não posso fazer a paz sozinho. Não posso fazer a paz sem você", continuou o israelense, antes de acrescentar: "Somos ambos filhos de Abraão... Nossos destinos estão entrelaçados".

[SAIBAMAIS]No entanto, Abbas deve deixar Nova York ainda nesta sexta, legando ao Conselho de Segurança da ONU os debates sobre o pedido palestino, que devem levar algumas semanas antes da votação, deixando um prazo para negociações.

Em outro momento do discurso, o premier declarou às Nações Unidas que Israel estende a mão aos palestinos em busca da paz, algo que estes recusam. "Nós estendemos a mão aos palestinos para buscar uma paz justa e duradoura", declarou Netanyahu. "A verdade é que Israel quer a paz, a verdade é que eu quero a paz. A verdade é que não podemos alcançar a paz através de resoluções da ONU, mas por meio de negociações. A verdade é que até o momento os palestinos têm se recusado a negociar", disse.

Netanyahu discursou na Assembleia Geral depois de Abbas entregar ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, o pedido de adesão de um Estado da Palestina às Nações Unidas com base nas fronteiras de 1967, iniciativa rejeitada pelos israelenses.

Após fazer o pedido, Abbas discursou, dizendo-se disposto a voltar às negociações de paz se os israelenses puserem um fim à construção de assentamentos.

Netanyahu negou que a base do conflito entre israelenses e palestinos seja a questão da expansão das colônias e declarou que a razão para tal é a rejeição dos palestinos em "reconhecer o Estado judeu e quaisquer fronteiras". "Reconheçam o Estado judeu e façam a paz conosco", disse Netanyahu, descartando as alegações palestinas de que o motivo central do conflito é a questão dos assentamentos.

"O centro do conflito não é a questão dos assentamentos. Os assentamentos são o resultado do conflito", afirmou. "O centro do conflito sempre foi e continua sendo a rejeição dos palestinos em reconhecer o Estado judeu e quaisquer fronteiras", acrescentou.

Netanyahu disse que Israel está preparado para assumir "compromissos dolorosos". "Os palestinos devem viver em um futuro Estado próprio, mas precisam estar prontos para o compromisso", disse o premier, acrescentando que os palestinos precisam garantir a segurança de Israel.

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