Agência France-Presse
postado em 27/09/2011 11:56
Los Angeles - As últimas horas de vida de Michael Jackson foram de uma dura batalha contra a insônia crônica de que sofria, e para a qual seu médico Conrad Murray, que será julgado nesta terça-feira por homicídio involuntário, receitou um poderoso analgésico.Dois dias depois da morte de Jackson, Murray disse à polícia que tratou do cantor nas últimas seis semanas com 50 mg de Propofol (também conhecido como Diprivan) diluído com lidocaína e injetado por via intravenosa.
A seguir, uma linha do tempo dos últimos dias e horas do ícone do pop -- feita a partir de um depoimento de Murray à polícia em 2009--, esta cronologia será colocada em questão durante o julgamento:
- 22 de Junho: ao perceber que Michael Jackson estava se viciando em Propofol, Murray administrou apenas 25mg do medicamento combinado com Lorazepam e Midazolam. Jackson conseguiu dormir.
- 23 de Junho: Murray deu para Jackson apenas Lorazepam e Midazolam, sem Propofol. O cantor conseguiu dormir.
- 25 de Junho, 1h30: o médico deu a Jackson um tablete de 10mg de Valium, mas o artista não dormiu.
- 2h00: O médico injetou 2mg de Lorazepam via intravenosa, mas não surtiu efeito.
- 3h00: Mais 2mg de Midazolam via intravenosa. Jackson continuou sem dormir.
- 5h00: Murray administrou mais 2 mg de Lorazepam por via intravenosa. A estrela continuou acordada.
- 7h30: Outros 2mg de Modazolam via intravenosa.
- Murray afirmou que esteve ao lado da cama de Jackson controlando seu pulso e o oxigênio o tempo todo.
- 10h40: Como Jackson permaneceu sem conseguir dormir, Murray lhe deu 25mg de Propofol diluído em lidocaína.
- Jackson finalmente dormiu. Murray afirmou que continuou a controlar o sono do cantor, mas saiu por 10 minutos para tomar banho. O médico garantiu que esteve fora do quarto por apenas dois minutos.
- Ao voltar, Murray notou que Michael Jackson não respirava.
- Iniciou imediatamente uma ressuscitação cardiorespiratória, administrou 2mg de Flumanezil e chamou o assistente pessoal de Jackson, Michael Amir Williams, pelo seu celular. Pediu que ele enviasse um segurança ao quarto do cantor por uma emergência.
- Depois de vários minutos, como ninguém chegava, Murray deixou Jackson e foi até a cozinha. Ele pediu ao chef que mandasse o filho mais velho do cantor, Prince Michael, ao andar de cima. Então, voltou ao quarto e continuou com a ressuscitação cardiorespiratória.
- O filho de Michael Jackson chegou e chamou um segurança. O guarda-costas do cantor, Albert Álvarez, entrou na casa para ajudar Murray e ligou para 911 do celular.
- A sequência exata dos fatos continua incerta, mas às 11h18 Murray fez a primeira das três chamadas com intervalos de 47 minutos do seu celular.
- Estas foram as declarações ouvidas na audiência de janeiro, junto com a de uma camareira, Sade Anding, que afirmou estar no telefone com Murray quando ouviu no fundo "uma comoção... toses, sussurros".
- 12h22: os bombeiros de Los Angeles responderam à chamada de emergência.
Michael Jackson foi levado para o Centro Médico UCLA. Alguns jornalistas afirmam que ele já estava morto quando os paramédicos chegaram, mas sua morte foi anunciada apenas às 14h46.