LOS ANGELES - O assistente de Michael Jackson descreveu nesta quarta-feira (28/9), no segundo dia do processo contra Conrad Murray, o que chamou de pânico do médico no dia da morte do cantor, e sua sugestão de retirar um creme da casa do astro. No segundo dia de julgamento, a corte ouviu também que Murray reiterava que o estado de saúde de Jackson era bom, nos dias anteriores à morte do cantor.
O depoimento mais impactante foi o de Michael Amir Williams, assistente do cantor por dois anos, até o dia da morte do astro, aos 50 anos, por overdose do sedativo Propofol. Williams contou que Murray deixou uma mensagem em seu telefone lhe pedindo que chamasse um segurança. "Se ele tivesse me pedido que ligasse para o 911, eu o teria feito. Mas ele me pediu que chamasse um segurança." Quando finalmente se falaram, Murray disse: "Venha para cá imediatamente. Michael teve uma reação ruim, venha imediatamente. Mande alguém para cá imediatamente", narrou Williams na Suprema Corte de Los Angeles.
[SAIBAMAIS]Quando o assistente chegou à mansão do cantor em Los Angeles, 30 ou 40 minutos depois, "estava tudo uma loucura. Cheguei quando já estavam preparando a maca", contou. Ao lembrar o último ensaio do cantor, Williams disse ter ficado impressionado com o show, e que Jackson "estava muito bem".
O assistente contou que, na manhã de 25 de junho de 2009, enquanto o cantor era levado para o hospital, a imprensa já investigava o caso, o que o obrigou a esconder das câmeras os filhos de Jackson: Prince Michael, Paris e Blanket.
Após ser declarada a morte do cantor, o assistente disse ter tido uma "conversa rara" com Murray. "Eu estava no corredor do hospital. Comentamos o quão horrível era aquela situação. Depois, ele me disse que havia um creme no quarto de Michael, e que ele não queria que o mundo o visse. Pediu que eu ou alguém o levasse de volta até a mansão, para retirar o produto de lá."
O assistente negou o favor, fingindo que não estava com as chaves do carro. "Tinha muita coisa acontecendo, isso era o que menos me importava." O julgamento de Murray, 58, foi retomado nesta quarta-feira com o depoimento de Paul Gongaware, codiretor executivo da AEG Live, empresa que produzia os shows de Jackson. Parentes do cantor compareceram novamente ao tribunal, sem dar entrevistas.
O chefe da segurança de Jackson descreveu a reação dos filhos do cantor enquanto ele recebia uma massagem cardíaca. "Paris chorava e Prince ficou parado, como se estivesse em choque, chorando em silêncio", disse Faheem Muhammad, referindo-se a dois dos três filhos de Jackson. "A babá chegou, e fomos para o andar de baixo, levamos eles para outro lugar".
Murray parecia estar tentando reanimar o cantor quando Muhammad chegou ao quarto. "Ele estava muito nervoso, suava", contou o segurança, acrescentando que o corpo do cantor estava no chão, ao lado da cama. "Seus olhos estavam abertos, e sua boca estava levemente aberta." Ao ser perguntando se Jackson parecia morto, o segurança respondeu positivamente.
Alberto Álvarez, outro segurança a depor hoje, já estava no quarto quando Muhammad chegou, e contou que Murray pediu ajuda a ambos. "Ele perguntou se algum de nós sabia praticar a reanimação."