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Anwar al-Aulaqi, um pregador radical amigo da internet

Agência France-Presse
postado em 30/09/2011 09:46

Sanaa - O imã radical Anwar al-Aulaqi, cuja morte foi anunciada nesta sexta-feira (30/9) pelo governo ienemita, era ligado à Al-Qaeda e intensamente procurado pelos Estados Unidos, que o consideravam uma ameaça tão grande quanto Osama bin Laden.

Al-Aulaqi, que segundo fontes tribais morreu em um bombardeio efetuado por aviões norte-americanos, era um jovem pregador iemenita-americano conhecido por seus discursos na internet. Aparecia na lista de Washington de alvos a eliminar por seus supostos vínculos com a Al-Qaeda.

O pregador, de 40 anos, já esteve na mira, junto com autoridades da Al-Qaeda, de um ataque da aviação iemenita no dia 24 de dezembro de 2009 em Wadi Rafadh, na província de Shabwa, que deixou 34 mortos. Mas, segundo os serviços de segurança, o imã não se encontrava no local.


[SAIBAMAIS]O nome de Al-Aulaqi aparece no caso do ataque que deixou 13 mortos e 42 feridos no dia 5 de novembro de 2009 em Fort Hood (Texas), porque se correspondia pela internet com seu suposto autor: o psiquiatra militar de origem palestina Nidal Hassan.

Em um vídeo postado na internet em maio de 2010, o imã convocava os soldados americanos de religião muçulmana "a seguir o exemplo de Nidal Hassan, que matou soldados que partiam em direção ao Afeganistão e ao Iraque".

Também foi relacionado ao atentado frustrado que o nigeriano Umar Faruk Abdulmutallab tentou praticar em um avião americano que voava de Amsterdã a Detroit no Natal de 2009.

Assim como Umar Faruk Abdulmutallab, filho de um rico banqueiro e ex-ministro oriundo do norte da Nigéria (de maioria muçulmana), Al-Aulaqi, casado e pai de cinco crianças, vinha de uma classe abastada: seu pai, Nasser al-Aulaqui, foi ministro da Agricultura e reitor da Universidade de Sanaa.

Nascido no Novo México em 1971, Al Aulaqi cursou o ensino médio no Iêmen, segundo uma fonte próxima, e voltou aos Estados Unidos para entrar na universidade. Com diploma de Engenharia Civil pela Universidade estatal do Colorado, também fez um mestrado de magistério em San Diego, afirma uma fonte próxima ao pregador.

Pregou em mesquitas de vários estados americanos e trabalhou para uma organização de caridade patrocinada pelo imã iemenita radical Abdel Majid Zendani, acusado pelos Estados Unidos de estar vinculado a grupos "terroristas".

Em 2006 regressou ao Iêmen, onde passou vários meses na prisão por seu envolvimento no sequestro do filho de uma família rica iemenita e no pedido de um resgate "para financiar a Al-Qaeda".

Foi libertado em 2008 graças à intervenção de autoridades iemenitas com a condição de que não saísse de Sanaa e se apresentasse diariamente na delegacia. Mas após alguns meses se dirigiu à região de Shabwa.

As autoridades iemenitas o procuravam ativamente e uma autoridade antiterrorista americana confirmou à AFP em abril de 2010 que a administração de Barack Obama autorizou sua eliminação.

Uma autoridade americana revelou recentemente que Aulaqi foi convidado a almoçar no Pentágono após o dia 11 de setembro de 2001, como parte de uma iniciativa do secretário de Defesa da época, Donald Rumsfeld, de estabelecer contatos com a comunidade muçulmana moderada após os atentados deste ano.

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