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Assassino de ex-presidente afegão era paquistanês

Agência France-Presse
postado em 02/10/2011 12:16
CABUL - O terrorista que matou o ex-presidente e mediador de paz afegão Burhanuddin Rabbani era paquistanês, anunciou neste domingo o governo afegão, após uma investigação oficial, ao mesmo tempo que o chefe de Estado, Hamid Karzai anunciou uma revisão da estratégia de negociação com os talibãs.

Em 20 de setembro, um homem que se apresentou como representante dos talibãs para negociar a paz detonou a bomba que transportava escondida no turbante ao ser recebido por Rabbani em sua residência da capital afegã.

Cabul suspeitou que os serviços de inteligência paquistaneses estavam por trás dos talibãs, que foram acusados de cometer o crime.

"Existem provas de que o assassinato de Rabbani foi planejado em Quetta (sudoeste do Paquistão) e de que a pessoa que cometeu o atentado suicida era um cidadão paquistanês", afirma a presidência afegã em um comunicado.

Segundo o texto, o homem-bomba era da cidade paquistanesa de Shaman, perto da fronteira entre os dois países.

As afirmações não significam necessariamente que Cabul considera que os responsáveis pelo atentado são as instituições paquistanesas.

O presidente Karzai, estimulado pela comunidade internacional, tenta há vários anos persuadir os talibãs a retornar à mesa de negociações, oferecendo inclusive responsabilidades governamentais no caso de entrega das armas.

Mas os líderes insurgentes islamitas, cuja guerrilha gana espaço desde 2007, nunca responderam favoravelmente e se limitaram a alguns contatos preliminares.

"Todas as discussões de paz com os talibãs estão suspensas, o presidente revisará a estratégia de paz e reconciliação", declarou à AFP Siamak Herawi, porta-voz da presidência.

O chefe de Estado anunciará a nova estratégia em um discurso que será exibido pela televisão em breve, completou o porta-voz.

A decisão foi tomada após o assassinato do ex-presidente Rabani, que coordenava o Alto Conselho pela Paz, que recebeu a missão de entrar em contato com os insurgentes.

Os talibãs, sempre dispostos a reivindicar os ataques ousados em Cabul, não fizeram comentários sobre este atentado.

"O mulá Omar (líder talibã) não tem direção. Seu emissário era um assassino. Então, com quem devemos falar?", questionou Karzai na sexta-feira passada.

"A nação afegã me pergunta com quem mais estou negociando e eu respondo: com o Paquistão", completou.

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