Agência France-Presse
postado em 02/10/2011 12:22
JERUSALÉM - Israel "recebe favoravelmente" a declaração do Quarteto para o Oriente Médio que pretende retomar as negociações de paz, anunciou neste domingo o gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, mas pouco depois os palestinos exigiram o fim da colonização israelense."Israel recebe favoravelmente o pedido do Quarteto por negociações diretas e incondicionais entre nós e os palestinos", afirma um comunicado oficial.
Esta é a primeira reação oficial à proposta do Quarteto (Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia), mas vários ministros já haviam reagido de maneira positiva.
"Apesar de Israel ter reservas que serão apresentadas no momento apropriado, pede à Autoridade Palestina que siga seu exemplo e inicie sem mais demora negociações diretas", completa o comunicado.
Em um texto publicado após o pedido palestino de adesão à ONU como Estado membro, o Quarteto propôs a retomada das negociações de paz com o objetivo de alcançar um acordo no mais tardar no fim de 2012.
"Se (o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu) aceita o comunicado do Quarteto, então deve anunciar que acabará com a colonização e aceitar as fronteiras de 1967, porque isso é claramente o que pede o Quarteto", declarou à AFP o negociador palestino Saeb Erakat.
O comunicado israelense "é uma manobra que busca enganar a comunidade internacional", respondeu Erakat, entrevistado por telefone no Cairo, onde se reuniu com o secretário geral da Liga Árabe, Nabil Al Arabi.
Palestinos e israelenses divergem profundamente sobre a interpretação do comunicado do Quarteto, que no dia 23 de setembro propôs o reinicio das negociações de paz com o objetivo de chegar a um acordo definitivo até 2012.
Os palestinos consideram que no comunicado do Quarteto existe a exigência de acabar com a colonização e a referência das fronteiras de 1967, enquanto os israelenses acreditam que o comunicado não contém nenhuma "condição prévia" para a retomada das discussões.
Ambígua, a declaração pede que as duas partes se "abstenham de realizar atos provocadores e reitera as obrigações dos dois resultantes do Mapa do Caminho de 2003.
O Mapa do Caminho exigia o fim da violência e do terrorismo e também o fim da colonização israelense.