Agência France-Presse
postado em 04/10/2011 14:55
Washington - O presidente Barack Obama lançou um ataque direto a seu maior inimigo republicano nesta terça-feira (4/10), num momento em que sua popularidade em queda nas pesquisas o fez admitir que não é o favorito para as eleições de 2012.Obama criticou Eric Cantor, o líder republicano da Câmara de Representantes, que disse na segunda-feira que o plano de emprego de Obama estava praticamente morto, apesar de algumas partes do projeto terem condições de ser aprovadas apenas como medidas de apoio. "Ele sequer dará um voto ao plano", afirmou Obama em trechos de um discurso que fará em Mesquite, na periferia de Dallas (Texas, sul dos Estados Unidos), no último esforço de sua campanha nacional para pressionar os legisladores para que aprovem o projeto de lei.
"Gostaria que o senhor Cantor viesse aqui, a Dallas, e explicasse por que não acredita neste projeto de lei de empregos", afirma Obama. Obama viajou nesta terça para o Texas depois que novas pesquisas revelaram as dificuldades eleitorais que deve enfrentar.
Uma nova pesquisa The Washington Post/ABC News colocou o índice de aprovação do presidente em 42%, um novo mínimo, e seu índice de desaprovação de 54%, um novo recorde. Apenas 37% dos entrevistados disseram esperar que Obama vença a reeleição, cifra que os analistas consideram preocupante. Obama afirmou na segunda-feira que aceita a ideia de que não será o favorito na eleição presidencial de 2012.
Consultado durante uma entrevista concedida ao Yahoo.com e à rede ABC sobre uma pesquisa de opinião mostrando que 55% dos americanos acreditam que ele terá apenas um mandato presidencial, Obama respondeu que aceita "totalmente" a ideia de não ser favorito, "por causa da economia".
O lento crescimento do mercado de trabalho nos Estados Unidos ainda está longe de ter retomado um ritmo que permita recuperar mais de oito milhões de postos de trabalho perdidos devido à recessão de 2007-2009. A taxa de desemprego oficial continua muito elevada, em 9,1% da população economicamente ativa. As sondagens recentes mostram que a maioria dos americanos está insatisfeita com a forma como o governo Obama administra a economia.
"Isto não é grave. Estou acostumado a não ser o favorito", acrescentou o presidente, afirmando que a campanha de seu campo se baseará apenas em seus números. "No final das contas, trata-se de saber quem tem uma visão para o futuro com o objetivo de ajudar as famílias da classe média e de recuperar o sonho americano", disse.
Na véspera, Obama também pressionou que os congressistas votem seu plano de incentivo ao emprego antes do final de outubro. O presidente afirmou, em uma reunião de gabinete, que é hora dos legisladores começarem a avaliar o plano. "Passaram várias semanas desde que enviei o ;American Jobs Act; (lei do trabalho americano) ao Congresso, e como venho dizendo (durante a campanha de promoção do projeto), eu o quero de volta. Estou pronto para assiná-lo", enfatizou. "Portanto, minha expectativa é, agora que estamos em outubro, que agendemos uma votação antes que o mês termine", disse ainda.
O plano de emprego, cujo custo seria de 447 bilhões de dólares, foi apresentado por Obama no início de setembro numa tentativa de combater os 9,1% de desemprego na maior economia do mundo e restaurar a confiança em sua liderança econômica.
A peça central da proposta é uma redução do imposto para empregadores e trabalhadores, num total de 240 bilhões de dólares, medida destinada a estimular a demanda dos consumidores e incentivar as empresas a contratar novos empregados.