postado em 05/10/2011 12:32
Mogadíscio - Os insurgentes islamitas shebab ameaçaram nesta quarta-feira (5/10) intensificar os ataques na Somália, um dia depois do atentado de Mogadíscio que deixou mais de 70 mortos, um desafio aberto à comunidade internacional que condenou a ação."Prometemos que estes ataques contra o inimigo se tornarão uma rotina, serão mais numerosos e aumentarão a cada dia", afirmou o porta-voz dos radicais, Ali Mohamud Rage, em uma entrevista à rádio dos shebab, Al-Andalus.
Na terça-feira, um terrorista avançou com um caminhão-bomba contra um complexo ministerial. O ataque deixou pelo menos 70 mortos e 120 feridos. O atentado, o mais violento dos últimos anos na Somália, foi condenado pelos Estados Unidos e pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que o chamou de "repugnante" e "incompreensível".
[SAIBAMAIS]O primeiro-ministro somali, Abdiweli Mohamed Ali, afirmou que o atentado não deve provocar uma redução da ajuda ao povo somali. Para os shebab, o atentado "representa um golpe nos mercenários que servem os interesses dos infiéis, que pensam ter capturado Mogadíscio".
No início de agosto, os shebab se retiraram de Mogadíscio, após uma ofensiva das tropas pró-governamentais apoiadas por uma força da União Africana (AMISOM), que os islamitas afirmam ser composta por "mercenários". Além disso, o porta-voz dos shebab chamou de mentirosas as informações de que estudantes ficaram feridos no ataque suicida.
Mas fontes do governo e da AMISOM informaram que muitas vítimas do atentado de terça-feira eram estudantes que aguardavam diante do Ministério da Educação Superior os resultados de um exame para obter uma bolsa de estudos na Turquia.