Agência France-Presse
postado em 07/10/2011 14:56
Damasco - Um chefe da oposição curda ao regime sírio, Mechaal Tamo, foi assassinado esta sexta-feira (7/10) por desconhecidos em sua residência de Qamishli, no nordeste da Síria, anunciaram ativistas dos direitos humanos."Quatro homens armados e encapuzados entraram na casa de Mechaal Tamo e abriram fogo contra ele, seu filho Marcel e uma colega", anunciou o Observatório Sírio de Direitos Humanos, destacando que os dois últimos ficaram feridos.
Mechaal Tamo, de 53 anos, havia contribuído para a criação do Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão da oposição síria, que tenta estruturar a revolta contra o regime. A agência oficial síria Sana anunciou "o assassinato" do opositor curdo, morto segundo ela a "tiros de homens armados a bordo de um carro preto que dispararam contra o veículo de Tamo".
Quando sua morte foi anunciada, milhares de manifestantes curdos saíram às ruas da Síria, sobretudo em frente ao hospital de Qamishli, aonde foram levados os restos mortais.
Mechaal Tamo foi libertado da prisão recentemente após ter cumprido uma pena de três anos e meio de prisão. Havia rejeitado uma proposta de diálogo das autoridades aos partidos curdos para resolver a crise que o país atravessa desde meados de março.
Ele fundou e chefiava a Corrente do Futuro, partido liberal que considera os curdos como parte integrante da Síria. Em 1999, criou os Comitês da Sociedade Civil, na companhia de outros militantes sírios, como Michel Kilo e Mohamad Abdallah, e depois desempenhou um papel importante durante a Primavera de Damasco, no ano 2000.
Surgido no fim de agosto em Istambul, o CNS reúne a maioria das correntes políticas contrárias ao regime do presidente sírio Bashar al Assad, em particular aos Comitês Locais de Coordenação (LCC), que animam as manifestações sobre o terreno, aos librais, a confraria da Irmandade Muçulmana e partidos curdos e assírios.