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Hugo Chávez propõe Opep paralela que inclua também o Brasil

Agência France-Presse
postado em 07/10/2011 19:14
Caracas - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, propôs nesta sexta-feira (7/10) incluir o Brasil em uma reduzida lista de "gigantes petroleiros" que farão parte de uma Opep paralela, em um momento em que a Venezuela demonstrou discórdias com alguns de seus parceiros do cartel que pretendem aumentar a produção.

Um dia depois de lançar a ideia de formar uma organização alternativa à Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), Chávez defendeu nesta sexta-feira que esta seja formada por Venezuela, Irã, Arábia Saudita, Iraque e dois países que não sejam membros do cartel: Rússia e Brasil. "O Brasil vai conseguir uma gigantesca reserva de petróleo (...), tomara que continue conseguindo e certificando reservas", disse o presidente, que mantém bons contatos e relações econômicas estreitas com o Brasil.

Chávez, no poder desde 1999, explicou ter abordado esta ideia na quinta-feira com o vice-primeiro-ministro russo, Igor Sechin, em visita à Venezuela para impulsionar vários acordos bilaterais, especialmente em matéria energética.

O projeto não significa que a Opep, formada por 13 países, "seria afetada", afirmou o presidente da Venezuela, país que detém as maiores reservas provadas de petróleo no mundo, com 296,5 bilhões de barris. O governo de Chávez não ocultou nos últimos meses seu mal-estar frente à vontade de alguns sócios da Opep, liderados pela Arábia Saudita, de aumentar a produção de petróleo para evitar novas escaladas nos preços em um momento de crise econômica, que atinge particularmente os países desenvolvidos.

As decisões de algumas nações exportadoras "lamentavelmente coincidem com a estratégia da Agência Internacional de Energia, que em junho pediu à Opep que aumentasse as cotas de produção para baixar os preços do petróleo", criticou o ministro venezuelano de Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, citado pela agência oficial venezuelana. Alguns países "estão jogando o triste papel que caracterizou os últimos ministros" antes da chegada de Chávez ao poder, "quando em uma situação de crise econômica aumentavam a produção de petróleo e o preço caía", afirmou Ramírez.

A Venezuela, membro fundador da Opep, produz uma média de 3 milhões de barris por dia, segundo dados oficiais, mas o grupo petroleiro sustenta que a oferta de petróleo no país sul-americano é de 2,3 milhões de barris diários. O preço do barril de petróleo venezuelano caiu 2,49 dólares e fechou em 96,30 dólares esta semana, em um mercado afetado pela crise da dívida da Zona Euro.

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