Agência France-Presse
postado em 14/10/2011 19:42
LOS ANGELES - A atriz americana Hillary Swank manifestou seu "profundo arrependimento" por ter participado da festa de aniversário do presidente checheno, Ramzan Kadyrov, questionado por organizações de direitos humanos, em um comunicado obtido nesta sexta-feira pela AFP."Sinto um profundo arrependimento por ter participado desse ato, que colocou em questão meu longo e profundo compromisso com a proteção dos direitos humanos", escreveu Swank, vencedora do Oscar por "Meninos Não Choram" (1999) e "Menina de Ouro" (2004). "Nunca faria nada intencionalmente que poderia elevar dúvidas sobre este compromisso", continou a atriz de 37 anos.
Em 5 de outubro, a capital chechena, Grozny, recebeu centenas de convidados e foi decorada com flores e bandeiras do mundo para celebrar o 35; aniversário de Kadyrov, do qual também teria participado o ator Jean-Claude Van Damme.
O presidente dessa república do Cáucaso foi acusado por organizações de direitos humanos de dirigir uma milícia pessoal à qual responsabilizam de sequestros, torturas e assassinatos.
A nota da atriz não faz referência a um comunicado da Human Rights Foundation (HRF), segundo o qual a organização de defesa dos direitos humanos teria advertido Swank por carta dez dias antes da festa. "Alegar desconhecimento é risível", disse Sarah Wasserman, da HRF. "A pergunta aqui é o que Swank fará com o dinheiro manchado de sangue pago por Kadyrov", assegurou.
A assessora de imprensa da atriz, Carrie Gordon, explicou em um e-mail que a intenção de Swank era assistir à inauguração de um complexo residencial e comercial "que lhe tinham descrito como um símbolo de esperança para o povo checheno". Mas "quando chegou, os organizadores lhe pediram que desejasse feliz aniversário ao presidente (...). Como não queria ser mal educada, aceitou fazê-lo", disse a porta-voz.