Agência France-Presse
postado em 15/10/2011 11:42
La Paz - A Bolívia realiza no domingo (16/10) sua primeira eleição de autoridades judiciais por voto popular, em um dia no qual o presidente Evo Morales terá seu prestígio político avaliado, frente a uma oposição que pediu para a população anular o voto, em rejeição à suposta intenção do governo de controlar o Poder Judiciário.Um total de 28 autoridades (mais 28 suplentes) da Corte Suprema de Justiça, do Tribunal Constitucional e outras duas instâncias serão eleitas pela primeira vez mediante consulta cidadã, em meio a uma nova Constituição aprovada em 2010.
Até agora, os ministros do Poder Judiciário eram escolhidos no Congresso, por acordo entre seus membros.
Cerca de 5,2 milhões de eleitores deverão eleger entre 122 candidatos, selecionados pelo Congresso (formado em dois terços por parlamentares do governista Movimento ao Socialismo, MAS), em um processo que proibiu campanhas eleitorais e entrevista dos candidatos à imprensa.
As listas de candidatos incluem camponeses e indígenas. A forma de eleição é por maioria simples e a votação é obrigatória.
A cédula de votação tem uma largura de 80 centímetros e inclui quatro colunas, de diferentes cores, para cada uma das instâncias do Poder Judiciário. A última faixa está dividida em duas colunas, uma para magistrados homens e outra para mulheres.
A pouca informação dos cidadãos sobre os candidatos pode ser um dos principais obstáculos. "Parece que não existe entusiasmo para votar", admitiu o presidente do Tribunal Eleitoral (que organiza a eleição), Wilfredo Ovando, em entrevista ao jornal La Razón.
A oposição questionou as eleições, observando que a seleção dos candidatos não levou em conta os princípios da meritocracia para qualificar os postulantes e que foram selecionadas pessoas próximas ao poder Executivo e aos sindicatos de camponeses pró-governo.